• O estudo “Indicadores de Qualidade do Egresso do Ensino Técnico” foi encomendado pelo Itaú Educação e Trabalho e realizado por pesquisadores do Insper; 
• Foram avaliados cinco indicadores do mercado de trabalho para mensurar como egressos da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) se posicionam em relação a quem estudou apenas o Ensino Médio ou o Ensino Superior;
• Os egressos da EPT têm melhores indicadores do que aqueles que cursaram apenas o ensino Médio ou não completaram o Ensino Superior. Porém, tem pior ganho salarial em relação a quem completou o Ensino Superior. 

São Paulo, janeiro de 2022 – Trabalhadores que cursaram Educação Profissional e Tecnológica (EPT) estão inseridos de uma forma melhor no mundo do trabalho do que aqueles que concluíram apenas o Ensino Médio ou não concluíram o Ensino Superior. As vantagens aparecem em indicadores como mais inserção no trabalho formal, maiores salários e menor nível de tarefas rotineiras, capazes de serem substituídas por máquinas e computadores. As conclusões são do estudo “Indicadores de Qualidade do Egresso do Ensino Técnico”, encomendado pelo Itaú Educação e Trabalho (IET) e elaborado pelos pesquisadores do Insper, Sergio Firpo e Alysson Portella.

Com base em dados da PNAD (suplemente de 2007 e 2014) e PNAD contínua (suplementos de 2016-2019), e amostra para jovens de 18 a 29 anos, foram elencados cinco indicadores para se chegar a um índice de qualidade de presença no mundo do trabalho, que mensuraram a qualidade da EPT em relação ao Ensino Médio (EM) e o Ensino Superior (ES). São eles: 1. Participação na força de trabalho (se busca ou não), 2. Ocupação (se está ocupado ou desempregado), 3. Trabalho formal ou Empregador ou Contribuinte do INSS; 4. Salário (se recebe três salários-mínimos ou mais) e 5. Intensidade de tarefas de rotina (RTI), que avalia a possibilidade de uma atividade do trabalhador ser substituída por uma máquina considerando o atual cenário e as mudanças em curso devido às novas tecnologias. A escolha pela faixa etária entre 18 a 29 anos é pelo fato de ser o grupo com a formação escolar mais recente.

Principais conclusões

O estudo mostrou que o desempenho de egressos da EPT é superior tanto ao desempenho de quem cursou apenas o Ensino Médio quanto daqueles que começaram o Ensino Superior, mas não concluíram. Destaca-se que o Ensino Médio e Ensino Superior incompleto têm indicadores muito próximos.

Os indicadores dos que cursaram a EPT são muito próximos dos que cursaram o Ensino Superior em relação à participação na força de trabalho e em menor grau em relação à ocupação e formalidade. Sua principal desvantagem em relação ao Ensino Superior ocorre na questão dos salários e no RTI, indicadores nos quais este está mais próximo do Ensino Médio, embora esteja sempre melhor que este.

Fonte: Estudo “Indicadores de Qualidade do Egresso do Ensino Técnico”, encomendado pelo Itaú Educação e Trabalho (IET) e elaborado pelos pesquisadores do Insper, Sergio Firpo e Alysson Portella.

 

 

“Quando comparamos as cinco dimensões, quem tem o ensino profissional tem vantagem sobre quem tem só Ensino Médio e sobre quem tem ensino superior incompleto. Esse índice mostra que o profissional ganha ao adquirir uma competência que vai permitir a ele um ingresso rápido no mercado de trabalho e com mais qualidade”, diz o economista Sergio Firpo. “Com o novo ensino médio, a ideia é que os jovens possam adquirir habilidades e competências gerais, além de técnicas, que eles possam usar nos mais diversos setores, pois o mundo do trabalho está em constante transformação”, diz Firpo.

Para Alysson Portella, o importante é que o jovem tenha qualidade no ensino e, seja qual for o caminho que seguir, que ele o prepare para o mundo do trabalho. “Precisamos formar jovens e oferecer uma mão de obra qualificada que é capaz, ainda, de se adaptar às mudanças que o mercado exige”, avalia.

A gerente de Gestão de Conhecimento do Itaú Educação e Trabalho, Carla Christine Chiamareli, chama atenção para o baixo índice ainda de jovens cursando Ensino Profissional e Tecnológico no Brasil, um panorama que deve começar a mudar em 2022 com a implementação do novo Ensino Médio e os cinco itinerários formativos, entre os quais a EPT.

“Com esse estudo vimos que o ensino técnico tem inúmeras vantagens e é uma porta de entrada também para o Ensino Superior. O objetivo foi o de criar indicadores que possam ser usados para a avaliação dos egressos do ensino técnico e para pautar a agenda pública. Com este levantamento, podemos mostrar a trajetória do egresso de educação técnica no mundo do trabalho e, assim, colaborar com as políticas públicas que podem melhorar a relação desses jovens com o setor produtivo”, diz Chiamareli.

A transição para o Ensino Superior também é maior entre os que cursaram a EPT do que os que fizeram apenas o Ensino Médio, segundo demonstrou o estudo do Insper.

“O jovem que faz a EPT pode seguir cursando o ensino superior e se aperfeiçoando na carreira que vai querer seguir. É importante que todos os jovens consigam sair do ensino técnico com competências e habilidades para o mundo do trabalho”, afirma Chiamareli.

Fonte: Estudo “Indicadores de Qualidade do Egresso do Ensino Técnico”, encomendado pelo Itaú Educação e Trabalho (IET) e elaborado pelos pesquisadores do Insper, Sergio Firpo e Alysson Portella.

Acesse a íntegra da pesquisa no site do Observatório da EPT. 

Sobre o Itaú Educação e Trabalho 

O Itaú Educação e Trabalho (IET) faz parte da Fundação Itaú para Educação e Cultura. Atua há mais de uma década em parceria com entidades civis e o poder público. Apoia e incentiva a implantação de políticas de EPT que contribuam para melhorar a qualidade da educação, com foco, sobretudo, na formação para o mundo do trabalho.  Para o IET, a educação é um vetor de desenvolvimento social e econômico de uma nação. Por isso, atua para que os estudantes tenham uma formação qualificada para o mundo do trabalho, em uma realidade em constante mudança. E para que a educação possa criar o desejo nos jovens de seguir aprendendo em todas as etapas da vida. Saiba mais no site.