Mesmo que de forma tímida, através de manifestações oficiais, com a emissão de notas públicas, o presidente Lula (PT) tem demonstrado a preocupação do governo brasileiro com a escalada da violência no Oriente Médio, iniciada recentemente pelo conflito entre Irã e Israel, que já ceifou centenas de pessoas, e que agora se intensifica com a entrada dos Estados Unidos, que atacou com uso de sua força militar, instalações nucleares em território iraniano.

O presidente brasileiro, que já havia se manifestado contra os ataques trocados entre Israel e Irã, agora condenou “com veemência” os ataques proferidos pelos Estados Unidos, expressando “grave preocupação”, pontuando que os americanos violaram a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) a soberania do território iraniano. Bastou esta nota oficial para crescerem nas redes sociais os “memes” e especulações sobre uma possível aproximação do Brasil desse conflito militar.

É evidente que hoje seria praticamente remota a possibilidade de o nosso País participar do confronto e, por mais que governo brasileiro tenha feito um movimento diplomático, condenando os ataques, em especial dos Estados Unidos, é fundamental que o nosso governo se contenha em suas críticas e foque nos “conflitos internos” a que estamos submetidos. Que o presidente Lula compreenda que nós já convivemos com a nossa própria “guerra”, tentando sobreviver sem poder de compra com tudo caro!

O reflexo disso afeta toda uma cadeia produtiva, ainda mais em um País onde “competimos” para conquistar o “título” no “ranking dos impostos”. A redução no consumo é uma consequência direta quando os produtos ficam mais caros nas prateleiras e com os brasileiros sofrendo cada vez mais com uma renda incompatível. Sem essa “movimentação financeira” a “engrenagem não roda”, o comércio “trava” e muitos empreendimentos entram em crise e/ou ficam inviáveis.

Aí são comuns os atrasos de salários, a redução ou o fechamento de postos de trabalho, principalmente de carteira assinada, com muita gente partindo para a informalidade. A “luz amarela” foi acesa no primeiro semestre de 2025 com uma redução das vendas no Varejo, que só teve uma breve melhora por conta do Dia das Mães, mas com um registro de queda no comércio brasileiro nos quatro primeiros meses do ano. Outro problema crônico e associado é o endividamento da população.

Segundo dados do próprio Banco Central, o endividamento das nossas famílias chegou a 48,3% em março passado, chegando a comprometer 26,8% do orçamento mensal dos brasileiros apenas para o pagamento de dívidas. Atingimos o maior índice desde 2023 e, sem poder de compra, com a inflação e a alta dos juros impactando nos preços, principalmente dos alimentos, as pessoas que já são “reféns” dos auxílios estarão ainda mais dependentes e vulneráveis.

A “conta não fecha” e a tendência é que tenhamos ainda mais problemas com os juros exorbitantes e a inflação pressionando os preços. Ou seja, pelo menos pelos próximos meses, o presidente Lula precisa ter consciência das dificuldades que muitos brasileiros estão atravessando, muita gente já não tem emprego e comida, muitas famílias estão em crise ou se dissolvendo. Com todo respeito aos povos de Irã e Israel, é importante que o Brasil permaneça “neutro” neste conflito. Já temos as nossas “guerras”…

Por Habacuque Villacorte da equipe CinformOnline

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

  • Governador Fábio Mitidieri apresenta Estação Acolher ao ministro Márcio Macêdo

    Na noite do último  sábado, 21, o governador de Sergipe, [...]

  • Pré-candidatos impopulares estarão prejudicados na eleição de 2026

    Este é um tema que, vez ou outra, este colunista [...]

  • “SEDE DE APRENDER” – Ministério Público e TCE/SE fiscalizam escolas sergipanas

    MPC/SE instaurou procedimentos administrativos nas Promotorias de Justiça O Ministério Público [...]

  • Editorial – O Brasil já tem sua própria “guerra” sem poder de compra e com tudo caro!

    Mesmo que de forma tímida, através de manifestações oficiais, com [...]

  • Vítimas de crimes e atos infracionais podem contar com atendimento presencial e virtual no Ceav

    O Centro Especializado de Atenção às Vítimas de Crimes e [...]