Por Edvar Freire Caetano
Um grande exemplo do que pode um homem depois dos 60 foi deixado pelo Roberto Marinho, um sujeito que elevou a Rede Globo ao patamar das grandes multinacionais de notícias e entretenimento, especialmente depois dos 65 anos vividos.
Nascido em 1942, está aí um novo representante da classe dos quase octogenários, Joseph Robinette “Joe” Biden Jr, eleito no complexo sistema norte-americano para comandar, com a sua larga experiência política e administrativa (seis vezes senador e vice-presidente de 2009 a 2017) a, indiscutivelmente, maior economia do mundo.
Derrota o emblemático presidente Trump, que, alinhado com o pensamento de direita e com os mais enraizados princípios do americanismo, cometeu o equívoco de peitar a grande mídia em defesa do seu país e do seu povo, amargando o repúdio da “inteligência” internacional, que está acomodada em “defender” os contingentes de “fracos e oprimidos”, ostentando a malsinada doutrina do politicamente correto, essa linha de pensamento e comportamento que estingue a meritocracia, ao tempo em que aniquila os direitos e as duras conquistas das maiorias. Opondo-se a esse status quo, Trump desafiou o mundo, e perdeu.
No bojo desse imbróglio, surge Biden Jr, que sequer precisava ser um nome de destaque no universo do Tio Sam, pois que, automaticamente, contou com apoio amplo, geral e irrestrito de toda a mídia nacional e internacional, já que o seu rival declarara guerra contra os jornalistas do mundo inteiro, desde a sua posse até os dias de hoje.
Recolocar os Estados Unidos nos trilhos deixados pelo simpático Obama, de aproximação com as ditaduras orientais; ou seguir a cartilha do antipático Trump, que brigou até com parceiros históricos, como Alemanha e França, ou buscar o equilíbrio entre as duas propostas de ser e de governar, estes parecem ser os desafios do velho novo presidente.
Como fica o Brasil nesse jogo? Ora, os notórios cientistas políticos, os jornalistas de renome, economistas midiáticos, todos já se apressam em afirmar que o Brasil perde com a derrota de Trump. Por quê? Por acaso esse sujeito que ganhou as eleições é um reacionário vingativo, que dedicaria seu tempo a punir uma nação por conta do alinhamento pessoal do presidente da República, ou de um dos seus filhos?
Se assim o fosse, o que é inacreditável, tratar-se-ia de um homem de estatura menor, que não agregaria em si o DNA de um verdadeiro estadista. Mas, como foi senador tantas vezes, vice-presidente da república por quase 8 anos, evidentemente vai tratar o Brasil como uma nação livre, rica e respeitável, ou seja, com imparcialidade.
Depois desses arrazoados, cumpre ressaltar que o título deste editorial é dedicado aos que viveram por bastante tempo, como Joe Biden, a ponto de conhecer com mais autoridade os caminhos da vida, em quaisquer dos seus aspectos.
Essa história de deixar o espaço para os mais jovens está ultrapassada. Os espaços devem ser ocupados pela competência, até porque o poder não admite vácuos, e, se os jovens não se qualificam, que venha o “sinhorzinho”, ou a “senhorinha” e ocupem os seus lugares no comando.