Primeira mulher a gerir Aracaju, a prefeita Emília Corrêa (PL) tem enfrentado inúmeras adversidades desde o início de sua gestão na PMA. Seu desafio é ainda maior considerando que ela lidera um movimento de transformação administrativa em uma cidade que vinha sendo governada pelo mesmo agrupamento político há quase 30 anos (com exceção da última gestão de João Alves Filho – in memoriam). Se há quem tenha esperança no seu êxito, também há quem coloque “pedras” em seus sapatos…

Ser um gestor público eficiente atualmente não é tarefa das mais fáceis, muito pela burocracia de alguns setores e a deficiência técnica ou motivacional de muitos servidores. De um lado às vezes sobra boa intenção e vontade de acertar; do outro lado não é difícil que alguns “interesses particulares” prevaleçam sobre as necessidades da coletividade e podem inviabilizar um projeto de desenvolvimento urbano, a evolução de uma gestão, como um todo, do ponto de vista administrativo.

Não de agora que este espaço questiona os sucessivos anos em que Aracaju vem crescendo de forma desordenada, com um Plano Diretor completamente desatualizado, o que finda beneficiando os interesses comerciais da exploração imobiliária, mas que aumenta o sofrimento de quem mais precisa da ação enérgica do poder público, das comunidades mais carentes, que sofrem sem mobilidade, sem saneamento, com o abastecimento de água comprometido e com as enchentes nos dias chuvosos.

A gestão em Aracaju tem suas complexidades como qualquer outra; tem sido assim sobre as polêmicas envolvendo a coleta do lixo e a limpeza urbana, como também em relação ao sistema de transporte coletivo. Mas o “problema” que “bate à porta” da Prefeitura é bem conhecido dos aracajuanos: diversos pontos da capital ficam completamente ilhados, alagados e intransitáveis nos dias de chuva! E como a gestão é impessoal, logo as cobranças cairão “no colo” de Emília Corrêa!

Infelizmente as gestões anteriores até avançaram nas discussões, mas não evoluíram sobre a revisão do Plano Diretor. Na prática quase nada mudou! E as consequências chegam “na ponta”, nos bairros periféricos, na região central da cidade, inclusive com o alagamento de algumas das principais vias. O grande desafio da prefeita Emília, além de “arborizar” a nossa “selva de pedras”, é modernizar Aracaju, transformando a capital em uma “cidade-esponja”.

Por muito tempo especialistas falaram na construção de canais, redes de contenção e no uso de bombas para drenar o excesso de água acumulada! Mas é visível que, por questões climáticas, as chuvas estão ocorrendo com mais intensidade e, para uma cidade que já cresce desordenada há anos, todas essas medidas preventivas não conseguem ser tão eficientes. Alguns modelos de gestões modernas espalhadas pelo Mundo adotaram uma nova concepção sobre a convivência com a água, as “cidades-esponjas”!

É evidente que a prefeita Emília Corrêa não vai resolver estas questões das enchentes num “estalar de dedos”, mas sua gestão, em sintonia com a Câmara Municipal, já pode iniciar essa transformação abrindo o debate sobre a revisão do Plano Diretor, mas já buscando soluções viáveis e rápidas para minimizar o sofrimento das pessoas. Suspender esse “crescimento desordenado” da cidade já seria uma conquista ambiental. Já passou da hora de iniciar a formatação da “Aracaju do futuro”…

(*) Por Habacuque Villacorte, jornalista e editor do Cinform On Line

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