Circulou com insistência esta semana pelas redes sociais, especialmente nos grupos do whatsapp, a informação de que o ex-presidente Lula teria sido eleito o Presidente da República mais corrupto da história da política no mundo ocidental.

A eleição teria sido realizada pelo semanário britânico The Economist, tido como o mais influente jornal do mundo, e o resultado publicado pelo mesmo órgão de imprensa. Na notícia, há anexada até uma imagem da edição da publicação, datada do dia 20 de agosto de 2017, trazendo uma foto do ex-presidente Lula e a espalhafatosa manchete em inglês “The most corrupt in the world! The presidente who broke a nation” (O mais corrupto do mundo! O presidente que quebrou uma nação), complementada pela legenda “Lula is considered the most corrupt former presidente in the history of the world. (Lula é considerado o presidente mais corrupto da história do mundo).

E a revista ainda traria a lista dos dez presidentes mais corruptos escolhidos pelos seus analistas, encabeçada, claro, por Lula. Os demais seriam: Mohamed Suharto, da Indonésia, em segundo lugar; Ferdinando Marcos, das Filipinas, em terceiro lugar; Mobutu Sese Seko, do Congo, em 4o ; Slobodan Misolevic, da Sérvia, em 5o ; Saddam Hussein, do Iraque, em 6o ; Sani Abacha, da Nigéria, em 7o lugar; Alberto Fujimori, do Peru, na 8a colocação; Htin Kyaw, do Myanmar, na 9a posição e, finalmente, Spiro Agnew, vice-presidente dos Estados Unidos, na décima posição.

A distribuição da notícia, além da capa da revista, traz um link para o órgão de imprensa que estaria divulgando o fato, levando a um site que seria do próprio The Economist, na tentativa de dar maior credibilidade a informação.

Vários sites de imprensa dito sérios acabaram republicando a informação sem fazer nenhuma checagem, aparecendo em dezenas deles a notícia de que Lula, o ex-presidente brasileiro, é o mais corrupto do mundo e de toda a história da civilização. 

Lula será mesmo o mais corrupto?

Mas tal eleição do The Economist teria mesmo ocorrido?

Não. Nunca. Na realidade se trata de mais um entre milhares de fake news (notícias falsas) que circulam diariamente pelas redes sociais, replicadas abundantemente pela população sem a mínima checagem.

A primeira incoerência da informação, segundo o CINFORM apurou, está na data da publicação. A capa da The Economist que vem com o fake news tem a edição com data de 20 de agosto de 2017. Na verdade, a edição da semanário que mais se aproxima desta data é a do dia 19 de agosto, trazendo como motivo principal uma reportagem sobre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A outra mais próxima é a do dia 26 de agosto, cuja capa traz como assunto principal a política no Oriente Médio, com o título (traduzido para o português) “O enigma da política islâmica”. A edição de 20 de agosto, trazendo a eleição de Lula como o mais corrupto, nunca existiu.

A lista de corruptos muito provavelmente foi extraída do site da Transparência Internacional, de uma relação divulgada em 2004, por aquela ong, que sequer incluiu o nome de Lula à época.

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