Fisioterapeuta Michel Santana explica causas das lesões e tratamento para dor lombar
Cerca de 12 mil pessoas estão aposentadas por invalidez em Sergipe de acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e segundo Ministério da Previdência Social, a dor na coluna é a principal causa de afastamento do trabalho. Essas dores são decorrentes da sobrecarga na região lombar pela permanência muito tempo em pé ou sentada de forma errada, o que acarreta em lesões na coluna vertebral ou nos discos intervertebrais, assim como fatores biopsicossociais.
“A dor lombar é considerada um problema de saúde pública em vários países pois é altamente prevalente, podendo atingir até 65% das pessoas anualmente e 84% das pessoas em algum momento da sua vida. Na maioria das vezes a dor lombar é inespecífica, aproximadamente 90% não apresenta causas graves. Nos casos mais específicos, 4% dos casos se referem a fraturas, 3% ao estreitamento do canal vertebral, 2% a doenças viscerais, 0,7% a tumores ou metástase e 0,01% a infecções”, explica o fisioterapeuta Michel Santana.
A dor lombar é a primeira condição de saúde que mais provoca anos vividos com incapacidade que qualquer outra no mundo, como por exemplo: diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, depressão, osteoartrite, asma e dor cervical.
Em Sergipe foi evidenciado um número relevante de aposentados por invalidez decorrente de dor nas costas. “Aqui chegou a ocupar o 14º lugar no Brasil. A dor lombar tem uma história natural para sua melhora em até 3 meses, no entanto quando isso não acontece, aproximadamente 60% não melhora no período de 1 ano. Outro tratamento possível é a cirurgia, que é indicada e tem sucesso quando o paciente não obtém sucesso após 6 meses de tratamento conservador”, orienta Michel Santana.
Os principais objetivos da fisioterapia para o paciente com dor lombar são diminuir a dor, aumentar a flexibilidade e força e diminuir a tensão muscular. “As principais técnicas utilizadas são mobilização da coluna, alongamentos, exercícios de fortalecimento e liberação miofascial, vale a pena ressaltar que o mais importante é tratar a causa do problema para que com isso consigamos a resolução do quadro clinico do paciente. 86% dos pacientes que completaram o tratamento fisioterapêutico obtiveram ou substancial ou completa melhora”, finaliza o fisioterapeuta.
Michel alerta que no Brasil, assim como no mundo, o desfecho não é diferente, a dor lombar também provoca mais anos vividos com incapacidade, além disso a dor lombar idiopática foi a primeira causa de invalidez entre as aposentadorias previdenciárias e acidentárias em 2007. “Entre os beneficiários a maioria residiam em área urbana (99,8%), eram comerciários (96,9%), apresentaram maiores incidências entre os homens e entre as pessoas mais velhas”, reforça.
A dor lombar tem uma história natural para sua melhora em até 3 meses, no entanto quando isso não acontece.
“Boa parte dessas pessoas não apresentam melhora dos seus sintomas, aproximadamente 60% delas no período de 1 ano. Então torna-se necessário procurar tratamento, quando buscamos evidências para o uso de medicação 61% dos pacientes com dor lombar usam opióides e 19% usam a longo prazo, no entanto não é o suficiente para resolução do problema. Outro tratamento possível é a cirurgia, que é indicada e tem sucesso quando o paciente não obtém sucesso após 6 meses de tratamento conservador. Contudo a fisioterapia tem sido um tratamento muito efetivo na grande maioria dos casos”, finaliza.