Um gesto de amor e solidariedade protagonizado por uma família sergipana ajudou a ressignificar a dor da perda e salvar vidas em diferentes regiões do Brasil. A doação de órgãos de uma criança de 12 anos, realizada no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), equipamento da Secretaria de Estado da Saúde (SES), proporcionou uma nova chance de vida a pacientes que aguardavam na fila de transplantes no Distrito Federal, em São Paulo e no Rio Grande do Sul.

O paciente L.G. dos S.G. deu entrada no Huse no dia 29 de março, na Ala Vermelha, com histórico de parada cardiorrespiratória, evoluindo para um quadro de morte encefálica. Após o fechamento do protocolo, na última quarta-feira, 9, a família autorizou a doação dos órgãos. A captação ocorreu no dia seguinte, 10, com o fígado sendo encaminhado para o Distrito Federal, o rim direito para São Paulo e o rim esquerdo para o Rio Grande do Sul.

Para o coordenador da Central de Transplantes de Sergipe, Benito Fernandez, esse tipo de ação é um exemplo do impacto positivo da solidariedade. “A mãe acompanhou todo o processo de exames e, após o fechamento do protocolo, pediu que conversássemos também com o pai. A legislação exige a autorização de ambos os genitores em casos que envolvem menores de idade. Apesar da parada cardiorrespiratória ter inviabilizado o coração, conseguimos viabilizar o fígado, os rins e as córneas. Com esse gesto, essa criança se tornou uma semente do bem que, agora, floresce em outras vidas”, destaca.

A Organização de Procura de Órgãos (OPO), que funciona dentro do Huse, teve papel essencial na condução humanizada do processo. A coordenadora da OPO, Darcyana Lisboa, reforçou que o acolhimento familiar é um dos pilares do trabalho da equipe. “Acompanhamos pacientes em toda a rede pública e privada do estado. Quando há suspeita de morte encefálica, iniciamos o protocolo e o acolhimento à família. Neste caso, destacamos a importância de ressignificar a perda, de transformar a dor em esperança. Graças à compreensão e generosidade desses pais, cinco pessoas tiveram suas vidas transformadas”, ressalta.

O Brasil é referência mundial em transplantes, sendo o Sistema Único de Saúde (SUS) responsável por mais de 90% dos procedimentos realizados no país. Em Sergipe, os avanços têm sido possíveis graças ao trabalho integrado da Central de Transplantes, Banco de Olhos, OPO e das unidades hospitalares, com apoio da imprensa e de ações de conscientização desenvolvidas em escolas, unidades básicas de saúde e demais espaços da sociedade.

“É fundamental que as famílias conversem sobre a doação de órgãos. Só há transplante se houver doação. A doação é um ato de amor que salva vidas e transforma realidades. Que esse caso inspire outras famílias a também dizerem sim à vida”, pontua Darcyana Lisboa.
 

Fonte: SECOM – SE

 

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