Moradores reclamam da péssima qualidade da água oferecida

Em meio à polêmica se é privatizada ou não, constantemente, a Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso – é alvo de queixas com relação à qualidade da água que é servida aos sergipanos, a exemplo dos moradores do município de Cristinápolis – localizado no extremo Sul do Estado.

Por Cristinápolis, a Deso está sendo taxada de criminosa ao oferecer água de péssima qualidade nos últimos tempos e de cometer crimes ambientais. “Ela usufruiu entre 1973 a 1997 do manancial Pati, onde foi implantada a primeira barragem da cidade. Quando secou, ou seja, a fonte ficou razoável, ela abandonou sem a mínima preocupação de reflorestar”, relata um cidadão que prefere não se identificar.

“Até hoje, o manancial Pati está entregue à própria sorte, sendo que essa fonte é tombada pela Lei Orgânica do Município desse 1990. Mas, mesmo assim, é largada pela Deso. Por esse e outros descasos, nós consumidores configuramos a empresa Deso como criminosa”, diz o cidadão.

MANANCIAL RIACHO
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Prefeitura de Cristinápolis está de olho em toda a problemática criada pela Deso no município. Gestor da pasta, José Marcos dos Santos, chama a atenção para a atual situação do manancial Riacho Brejo – de onde a água que abastece a cidade é captada.

Para secretário Meio Ambiente, Deso é obsoleta em Cristinápolis

“Eles abandonaram completamente o manancial a ser explorado, e hoje estamos lá recuperando o que está quase morrendo. Não têm nenhum cuidado com o reflorestamento, a mata ciliar. Já encaminhei ofício a eles. Nesta semana (passada), em virtude de o problema ter se agravado, é o segundo que envio ao Ministério Público (Estadual) e à Deso”, informa José Marcos.

A Secretaria de Meio Ambiente pede auxílio do Ministério Público. “Pedimos que intervenha neste problema da água em Cristinápolis, no sentido de ajudar no reflorestamento e isolamento onde fica a bomba de captação. Animais chegam lá para beber água e acabam mortos a beira do local”, relata.

ÁGUA ESCURA
Segundo José Marcos, a situação piorou com as chuvas fortes nas últimas semanas. “Sem mata ciliar, a água está parecendo um achocolatado, escura, lama mesmo. Isso é uma vergonha. Os mecanismos da Deso aqui no município são obsoletos. Percebe-se que os equipamentos são velhos, os filtros não são limpos corretamente. Testamos a água e coliformes fecais estão altos”, informa.

Para o gestor de Meio Ambiente, a Deso em Cristinápolis se resume a sucateamento. Tentamos localizar o gerente Regional de Umbaúba (que compreende Cristinápolis), mas não conseguimos falar. Então, deixamos um ofício. O prefeito do município (João Dantas, o “Du de Juca”) já teve pessoalmente em Aracaju (na sede da empresa) tentando resolver o problema”. Mas nada feito.

A reportagem do Cinform tentou ouvir explicações da Deso, por meio da Assessoria de Comunicação. Contudo, até o fechamento desta edição, não recebeu nenhuma resposta.

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