Receber o diagnóstico de uma doença cardíaca pode provocar um susto muito grande em qualquer adulto. Preocupação e medo são os sentimentos mais comuns. Agora imagina para os pais receberem a informação que seu filho ou filha tem um problema no coração? A cada 100 crianças nascidas no mundo, uma desenvolve problema cardíaco. Metade delas são consideradas graves e podem levar ao óbito se não diagnosticadas precocemente.

As doenças nos corações das crianças são classificadas em dois tipos: as congênitas, que são àquelas decorrentes de uma má formação da estrutura cardíaca que ocorrem durante o desenvolvimento fetal, desde o útero, sendo mais frequentes durante a gravidez. E existem as doenças adquiridas após o nascimento, em especial as miocardites (inflamação no músculo do coração, em sua maioria por viroses) e as lesões nas valvas secundárias às doenças reumáticas.

Dr André Sotero: “há doenças graves no coração em crianças sem qualquer sintoma”

De acordo com médico cardiologista pediátrico Dr André Luís Moura Sotero, que atua na Prefeitura de Aracaju e nas Maternidades Nossa Senhora de Lourdes e Santa Helena, vários fatores podem comprometer o funcionamento cardíaco, com destaque para os danos causados pelos remédios para o tratamento do câncer.

“80% das crianças que nascem com cardiopatia congênita não têm fator de risco suspeito. Metade das crianças com doenças genéticas têm doença cardíaca. Existe uma abertura entre duas cavidades e um vaso presentes na vida fetal e que devem fechar após o nascimento, portanto, toda criança um dia deverá fazer um exame chamado ecocardiograma. Contudo, o momento será determinado pelo pediatra”, comentou Dr André Sotero.

O ecocardiograma fetal é o exame que faz o diagnóstico das cardiopatias congênitas de maneira precoce. O melhor período para realização do mesmo é entre as semanas 22 e 26. Alguns tratamentos já são feitos nesta fase. Alguns casos precisam de correção cirúrgica nos primeiros dias de vida.

“Infelizmente, há doenças graves no coração em crianças sem qualquer sintoma, fato que reforça a importância do acompanhamento pediátrico. Quando da existência dos mesmos, cansaço, tontura, desmaios, baixo ganho de peso e cianose (criança que fica roxa) são os principais achados”, concluiu.

 

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