Mais uma semana se arrasta com o senado esquecido da pandemia que condena milhares de seres humanos à morte, olvidando a busca por mais vacinas e concentrado nesse palco de encenações grotescas protagonizadas por atores sem qualquer talento e sem qualquer credibilidade.
Como é de se esperar, o imbróglio arrasta consigo toda a grande mídia e aqui está o modesto CinformOnline com o mesmo tema, para não fugir à regra.
O roteiro é de um ritual que em muito lembra os Autos de Fé, página escura da malsinada inquisição espanhola, sem dúvidas a mais terrível entre todas as nações.
Os inquiridos são servidores públicos, que, nesses casos, até podem ter cometidos falhas no desempenho de suas funções, que são múltiplas, sérias e de alta complexidade. São julgados por ações adotadas em plena guerra, sem qualquer tempo razoável para refletir, para planejar.
Os impolutos julgadores, principalmente o relator e o presidente da Comissão, homens probos e reconhecidos pela retidão na vida pública, claro, imprensam as vítimas em instrumentos retóricos de tortura, tentando extrair à força eventuais deslizes no atribulado discurso de defesa dos inquiridos.
O tema desta semana foi a crise de oxigênio de Manaus, esquecendo-se os inquisidores de que o Ministério lida com mais de 5 mil municípios no Brasil, acolhe demandas de 26 Estados e de um Distrito Federal. Em praticamente todos havia, como ainda há, dificuldade com oxigênio, kits de intubação e outros insumos.
O alvo principal, todos sabem, é o incorrigível presidente Bolsonaro, que tem o péssimo hábito de falar o que vem à boca, que defendeu o uso da cloroquina e que menosprezou a gravidade da pandemia.
Ninguém quer saber o que foi feito por governadores e prefeitos com os muitos bilhões de reais repassados pela União para combate à pandemia, gastos em grande parte nas ricas campanhas eleitorais do ano passado. Sobre isso, silêncio sepulcral.
Descobre-se, em clima de perplexidade, que corrupção, roubo de dinheiro público, malversação, prisão, escândalos, tudo isso perde a importância quando o objetivo das hienas que sugam o tesouro do Estado é que o sistema se perpetue, que o agrupamento permaneça arreganhando seus dentes para uma sociedade massificada.
Caros leitores, queridas leitoras, esta CPI não transparece imparcialidade, ela muito mal consegue esconder seu principal objetivo de encurralar o presidente da República
e levá-lo a um exaustivo processo de impedimento, para que não possa governar com a serenidade que o cargo exige, uma qualidade que ele já não possui naturalmente.