Por Suyene Correia/redacao@cinformonline.com.br

A artista visual sergipana Claudia Nên teve seu projeto “Caminhos” contemplado, junto com mais 13 artistas de diferentes Estados brasileiros, no edital de Concurso Programa de Exposições 2019 promovido pelo Centro Cultural São Paulo (CCSP). A artista participará de uma exposição coletiva, no período de 14 de setembro a 14 de dezembro, no referido centro cultural.

Esta será a terceira vez que Nên participará de uma exposição no Estado de São Paulo, sendo as duas anteriores, na 12ª Bienal  Naïfs de Piracicaba e no Ypsilone Centro de Estudos de Arte em 2016.

Nesse novo projeto, a artista abordará os caminhos pelos quais se desenvolve a estética no Nordeste. Estética essa voltada para um resgate de um passado para o presente, do antigo para a contemporaneidade. A partir de 20 trabalhos, entre xilogravuras, pinturas e esculturas, Claudia Nên pretende que o público paulista, tenha o contato com o que se produz hoje no Nordeste, sem perder sua estética regional e abrindo caminhos para um discussão mais ampla, onde a forma/conteúdo extrapola o fazer, tão valorizado em raízes nordestinas populares.

Outra questão, que a artista pretende abordar, é a atualidade da vida, o homem e seu meio, os conflitos e “as questões da política”, com trabalhos carregados de signos e significados pertinentes à vida. Na escultura “A Ponte” de 2014, em que vemos sete figuras humanas “encaixadas” e inclinadas, uma sobre os ombros das outras, formando um arco para trás, gerará um conflito se uma pessoa sair de seu lugar ou se desequilibrar, sendo o fio condutor/motivo para desarticular todos os envolvidos.

“ ‘A Ponte’ é apenas um dos caminhos para se chegar a um objetivo de forma pacífica e harmoniosa, pois sozinho nenhum ser humano é capaz de traçar sua vida se não for de maneira equilibrada e harmônica”, explica a artista.

Natural de Itabaiana (SE), Nên formou-se em Artes Visuais na Paraíba (foto: Divulgação)

Seus trabalhos, que apresentam elementos típicos da xilogravura (formato dos personagens, uso do preto e branco), exploram temas muito frequentes como a solidão do homem frente à globalização tecnológica e a questão de gênero, com figuras femininas ocupando um lugar de destaque, privilegiado. As figuras masculinas como seres autoritários aparecem de alguma forma distorcidos, deformados.

Quando desloca ou troca a posição do membros dos corpos de algumas obras, no fundo está criando uma ironia na abordagem do personagem masculino, muitas vezes, representando executivos. “Essa troca de alguns membros serve para mostrar de maneira poética a ‘sujeira’ que ocorre por trás de algumas ‘transações’ financeiras”, revela.

Claudia Nên é formada em Artes Visuais pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e debutou, oficialmente, como artista, no ano de 2002, no XIII Salão dos Novos, da Galeria de Arte Álvaro Santos, onde foi contemplada com uma Menção Honrosa.  A partir daí, foi selecionada ou convidada a participar de diversas exposições em Aracaju e na Paraíba, na ocasião em que cursou a graduação em Artes Visuais (2005-2009).

Atualmente, representada em São Paulo, pela curadora Rosana Boaventura, a artista sergipana mostra-se ansiosa para a chegada do segundo semestre, quando suas obras dividirão espaço com outras de Alexandre Alves (RJ), Júnior Pimenta (CE), Larissa Schip (PR), Luciana Paiva Pinheiro (DF), No Martins (SP) e Raquel Nava (DF).

De 25 de maio a 25 de agosto, os primeiros artistas contemplados que mostrarão seus trabalhos são: Carolina Cordeiro (MG), Caroline Valansi (RJ), Edilson Parra (PB), Evandro Batista Prado (MS), Julia Panadés (MG), Paul Setúbal (GO), Rafael Vilarouca (CE).

O Centro Cultural São Paulo localiza-se à Rua Vergueiro, 1000- Paraíso, São Paulo.

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