Por Habacuque Villacorte – Cinformonline
Olhando a disputa pela presidência da República, o cenário no País está cada vez mais polarizado entre o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) – que só cresce nas avaliações junto ao eleitorado – e o ex-presidente Lula (PT), que parece ter chegado ao “topo” de sua popularidade. A chance de a disputa ter uma “3ª via” competitiva é muito pequena. Os nomes que estão postos mais devem “cumprir tabela”, do que ameaçar esta ou aquela pré-candidatura.
Considerando os “dois líderes”, Bolsonaro vai fortalecendo seus palanques nos Estados, a janela partidária lhe foi extremamente favorável, conquistou muitos apoios políticos e filiações, ampliou sua bancada no Congresso Nacional e continua sendo muito bem recebido nas cinco regiões do País. Segue inaugurando obras e ampliando os programas de seu governo. Mesmo sem uma definição sobre quem será seu candidato a vice, vive um bom momento político.
A “boa fase” de Bolsonaro certamente está incomodando seus adversários, sobretudo a cúpula do Partido dos Trabalhadores. Ao ponto de Lula, recentemente, passar a fazer uma série de declarações polêmicas, sendo favorável ao aborto, criticando o consumo da classe média brasileira e estimulando a militância a pressionar políticos e seus familiares que defendem o atual governo federal. O petista errou tanto que se viu obrigado a “corrigir” algumas falas para “minimizar” o impacto de suas falas.
Para tentar conter essa “escalada” de Bolsonaro, mesmo sem uma Federação nacional, PT e PSB praticamente selaram a chapa majoritária com Lula para presidente e o ex-tucano Geraldo Alckmin para vice, A Esquerda aposta que o agora socialista pode ajudar para reconquistar a confiança do setor empresarial, em especial nos grandes centros do País, O entendimento é que Lula já soma bem nas outras regiões e que a chapa precisa de uma espécie de “ponto de equilíbrio”.
O problema é que a “trajetória” de Alckmin no PSDB, até pouco tempo, o condena e levanta uma extrema contradição de ambos os lados. O tucano, mesmo com um perfil mais burocrático, sempre foi um crítico ferrenho de Lula e do PT; as redes sociais provam tudo o que este colunista está dizendo. Sempre estiveram em lados opostos e a justificativa de que estão se unindo para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro, não parece “colar”, pelo menos para o eleitorado paulista.
Por lá o presidente da República está se fortalecendo, tem um pré-candidato a governador que, se continuar em evolução, chegará ao 2º turno, e joga com o discurso de que PT e PSDB (leia Alckmin) agora estão juntos, no mesmo palanque. Isso está inflamando a base da oposição, sobretudo porque não há discurso que explique essa aliança. Até o PSOL já andou reclamando. A contradição é inegável, mas a chapa soa como “oportunismo” ou “vale-tudo” eleitoral. Cartas na mesa…