No Brasil, 46 mulheres são diagnosticadas com câncer de colo de útero diariamente. Até o final o ano, devem ser confirmados, em média, 17 mil casos da doença no país, sendo 220 em Sergipe. Os dados são uma estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e reforçam a necessidade de campanhas preventivas e de conscientização sobre a doença.

De acordo com o médico radio-oncologista Dr Dauler de Souza, que integra o corpo clínico da Oncoradium-Centro Oncológico de Aracaju, o câncer de útero é o terceiro mais frequente entre a população feminina no país e a quarta causa de morte de mulheres. “Em nosso país, as mulheres com diagnóstico de câncer de colo uterino são em sua maioria jovens, de cor parda, com baixa escolaridade, casadas e apresentam estadiamento avançado ao diagnóstico. Prevenção e diagnóstico precoce são a base para mudarmos essa realidade”, afirmou.

Dr Dauler de Souza, médico radio-oncologista

Segundo o especialista, esse tipo de câncer é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV), chamados de tipos oncogênicos. A infecção genital por esse vírus é muito frequente e, na maioria das vezes, não causa doença, mas em alguns casos, alterações celulares podem evoluir para o câncer.

“O método de rastreamento do câncer do colo do útero é o exame citopatológico (exame de Papanicolaou). A rotina recomendada para o rastreamento no Brasil é a repetição do exame a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano. Toda mulher com colo de útero e que já iniciou vida sexual deve realizar o exame a partir dos 24 anos até os 65 anos”, orientou o especialista.

Entre os principais sintomas da doença estão o sangramento vaginal anormal, sangramento menstrual mais prolongado que o habitual, secreção vaginal incomum, com um pouco de sangue, sangramento após a menopausa, sangramento após a relação sexual, dor durante a relação sexual e dor na região pélvica.

Tratamento

O médico radio-oncologista Dr Dauler de Souza explica que o tratamento do câncer de colo do útero vai depender do estágio em que a doença se encontra. “O tratamento pode incluir desde uma simples retirada da lesão até uma cirurgia mais complexa, com retirada de todo útero, trompas, ovário e linfonodos. Em casos avançados, onde a cirurgia não é possível, a radioterapia associada à quimioterapia deve ser indicada”, detalhou.

Ainda segundo o especialista, a tecnologia tem sido uma aliada no tratamento da doença e os estudos são promissores. “Muitas pesquisas sobre câncer de colo do útero estão em desenvolvimento em diversos centros médicos no mundo inteiro. Alguns dos novos desenvolvimentos promissores incluem imunoterapia, vacina contra o HPV e terapias alvo”, disse.

Prevenção

O médico Dr Dauler de Souza explica que a prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo papilomavírus humano (HPV).  “A transmissão da infecção pelo HPV ocorre por via sexual, presumidamente através de abrasões microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital. Consequentemente, o uso de preservativos (camisinha) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer através do contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal”, alertou.

O uso de preservativos durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV

Dr Dauler de Souza reforça que a principal forma de prevenção contra o HPV é a vacinação. A vacina foi inserida no calendário pelo Ministério da Saúde em 2014 para meninas e, em 2017, para meninos. Em Aracaju, a vacina está disponível em todas as 45 Unidades Básicas de Saúde e podem ser vacinadas meninas com idade entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos.

Além deles, integram o público-alvo do imunizante pessoas com HIV/Aids, pacientes transplantados e oncológicos que apresentam em comum um quadro de imunossupressão, desde que tenham um relatório médico com a comprovação.  As doses da vacina têm um intervalo de aplicação de seis meses entre elas e protegem contra os quatro tipos de vírus mais comuns no país.

“É muito importante que os pais levem as filhas para vacinar contra o HPV a partir dos 9 anos de idade. Também é importante que aquelas já iniciaram atividade sexual mantenham uma rotina adequada com seu ginecologista e realizem periodicamente o exame de Papanicolau”, salientou o radio-oncologista Dr Dauler de Souza.

 

 

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