Procedimento técnico devolveu capacidade total de irrigação ao perímetro de Canindé e servirá de base para manutenção de outros perímetros
A experiência profissional adquirida durante a manutenção concluída no fim de outubro, em uma das bombas da Estação de Bombeamento (EB) 100 do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, rendeu a produção de um artigo cientifico elaborado por quatro engenheiros mecânicos sergipanos, dois deles do quadro funcional da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) – administradora do perímetro estadual. O trabalho foi aprovado no XX Congresso Internacional de Engenharia Mecânica e Industrial – Conemi, realizado anualmente pela Federação Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial (FENEMI), neste ano todo feito em ambiente virtual, de 11 a 13 de novembro. Projeto do grupo para novo artigo vai avaliar desempenho da bomba recuperada para repetir procedimento na manutenção preventiva nas demais.
O foco principal do trabalho consistiu em analisar informações relacionadas à falha da bomba centrífuga em serviço na EB-100, durante o procedimento de inspeção e manutenção corretiva, em que foram adotadas medidas com o objetivo de evitar danos à máquina, com a finalidade de aumentar a sua disponibilidade para o perímetro de irrigação. A partir da técnica não destrutiva de inspeção visual, foi levantado um checklist das não conformidades da bomba e a elaboração de um plano de ação corretivo, que incluiu aplicação de uma resina epóxi na ‘voluta’ e no rotor da bomba, para reconstituir as superfícies metálicas internas desgastadas. Para o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, a produção do artigo científico demonstrou iniciativa, dedicação e capacidade dos funcionários das empresas.
“Satisfação em tê-los na nossa equipe e na de parceiros da Cohidro. Atitude que prioriza a qualidade dos equipamentos que fornecem água para os agricultores irrigantes produzirem o alimento que vai para a mesa dos sergipanos. Para o Estado, essa dedicação extra corresponde a economia, diminuindo quebras e ampliando a vida útil dessas bombas. Além do mais, o trabalho realizado na EB-100 de Canindé foi bastante complexo. Para ser bem sucedido, exigiu muito profissionalismo nosso e contou com o apoio essencial do pessoal da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), que atua na Hidrelétrica de Xingó, para acionar as comportas na barragem do Rio São Francisco. Um procedimento delicado e que exigia celeridade, para não deixar sem água os irrigantes dos perímetros irrigados Califórnia [Cohidro], Jacaré-Curituba [Codevasf] e a população da área urbana”, analisou Paulo Sobral.
O grupo é formado pelos engenheiros Caio Santana e Lucas Azevedo, ambos da Divisão de Manutenção de Perímetros da Cohidro (Dimap); Carlos Bizerra, da Gerência de Educação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Sergipe; e Fernanda Andrade, da empresa de engenharia industrial licitada para a execução de serviços de metalurgia e mecânica de máquinas para Cohidro. A equipe do estudo, realizado durante todo procedimento de manutenção, seguido de pesquisa bibliográfica, constatou que a ação executada no perímetro de Canindé mostrou-se satisfatória, garantindo o melhor custo-benefício no processo de manutenção e retorno em resultados de confiabilidade e disponibilidade do equipamento.
“A experiência agregou muito valor, dentro de nossa área profissional, devido à importância do perímetro e do desafio de recuperar esse equipamento, o que nos rendeu o artigo apresentado e aprovado em um congresso de nível internacional”, destacou Caio Santana. “Estamos com o intuito de fazer um segundo trabalho, vislumbrando a manutenção nas outras três unidades. Vamos fazer um estudo de caso do retorno, devido ao ganho de vazão e menor consumo de energia elétrica. Queremos ver em quanto tempo vai ser o retorno do investimento e o quanto se ganhou em confiabilidade do equipamento, bem como quanto tempo ele vai levar para apresentar outro defeito. E com esse estudo, justificar a manutenção nos outros três conjuntos de bomba, que vão precisar de manutenção”, conclui o engenheiro mecânico da Cohidro.