O resultado do julgamento/votação, na Câmara dos deputados, que impediu à Polícia Federal e ao Ministério Público  investigarem a corrupção desenfreada instalada no Palácio do Planalto pela maior organização criminosa que sequestrou os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário brasileiros – a aliança política PT-PMDB – foi uma bofetada na cara de todo cidadão honesto deste país.

Foi clara comprovação de que o crime compensa; que a elite política e econômica pode tudo no Brasil, inclusive rasgar leis e a Constituição com o acumpliciamento do STF e TSE; e foi também evidente demonstração de que quase todas as instituições públicas brasileiras estão moralmente deterioradas, carcomidas e comprometidas com o roubo, a corrupção e a desonestidade.

A decisão da maioria corrupta da Câmara dos Deputados, um covil de vigaristas, trapaceiros e estelionatários comprados pela quadrilha de Michel Temer com o dinheiro do contribuinte, foi a senha para que o cidadão comum compreendesse que agora neste país vale tudo!

Foi-se o tempo em que os políticos ainda se camuflavam, disfarçavam suas intenções criminosas através de discursos falando em ética na política, em honestidade e outras imbecilidades que, nos bastidores, jamais levaram em conta quando se tratava de fazer negociatas avançando contra o erário e enriquecendo às custas do cofres públicos.

Os chefes das quadrilhas agora não se envergonham mais em falar abertamente que estão comprando votos com cargos e recursos do erário em troca dos votos da marginália da Câmara ou do Senado para obterem salvo conduto, proteção contra a lei e a justiça e para que possam continuar roubando.

Antigamente tais práticas se denominavam “compra de votos”, “fisiologismo”, “vigarice”. Agora é “compensação” a “amigos” e “aliados”, por apoiar o crime e os criminosos no poder.

Na era Temer as coisas são feitas às claras. Sem medo de repressão policial ou prisão, graças a superiores tribunais estrategicamente domesticados.

É quando fica evidente a cara de pau de alguns hipócritas do STF e TSE, tentando transparecer verniz legal as escabrosas cenas de explícita e pornográfica corrupção para as quais ainda conseguem sustentar pueris argumentos em defesa do insustentável.

Gente se dizendo capaz de julgar com imparcialidade em favor dos mesmos corruptos do Executivo e Legislativo que para lá os conduziram e os presentearam com privilegiadíssimos cargos vitalícios de autênticos marajás da República, com altíssimos salários às custas dos impostos do contribuinte. Uma superpoderosa casta de Ministros e Desembargadores considerados acima da lei e da ordem, escolhidos a dedo por vigaristas de plantão no Executivo, justamente para defendê-los nos momentos cruciais de que precisem em suas trajetórias de crimes.

Agora o povo brasileiro tem o direito de matar – se preciso for. De roubar – se necessário. De fazer o que lhe der na telha para sobreviver. Enganar, ludibriar, extorquir, tudo o que imaginar para levar alguma vantagem na vida que leva.

A elite política e econômica rapinante e impune do Brasil que parasita o erário, composta por banqueiros, empreiteiros, políticos e autoridades públicas acima de qualquer suspeita, autorizam o crime!

O cidadão comum deve apenas tomar cuidado, se for pobre, para agir às escuras, ou a lei que os escroques do parlamento criaram logo o alcançará. Mas, caso ele for muito rico, poderoso politicamente, banqueiro, Ministro, Desembargador, e às vezes até juiz, pode se dar ao luxo de cometer todas as falcatruas e ilegalidades a olhos vistos,, pois  sempre haverá uma maneira de safar-se, ficando fora do alcance da justiça.

Está na hora de uma rebelião popular no Brasil. Não dá mais para tolerar tantos vigaristas e ladrões no poder. Só uma revolução de verdade, à francesa, poderá dar fim a tanto descalabro num país de honoráveis bandidos.

*César Gama é jornalista, biólogo, gestor ambiental, psicanalista e professor.

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