Nos últimos dias, ganharam destaque através dos mais importantes veículos de comunicação e imprensa do mundo, as notícias sobre a retirada definitiva das tropas americanas do Afeganistão. “É hora de acabar com a guerra mais longa da América”, disse Joe Biden, presidente dos EUA, em pronunciamento do dia 14 de abril sobre o conflito que já se arrasta por quase 20 anos no país do Oriente Médio.

O previsto e anunciado por Biden seria a retirada em 31 de agosto, todavia o que não se esperava era a tomada abrupta por parte do grupo extremista Talibã, obrigando assim, o governo estadunidense a sair às pressas. Vale destacar que a tomada da capital Cabul ocorreu antes mesmo dessa saída dos EUA. A repercussão internacional foi imensa em meio ao assunto e com isso, os olhos do mundo voltaram sua atenção para os desdobramentos desses acontecimentos no país.

Caro leitor, para falar sobre o Afeganistão e entender o Talibã, faz-se necessário voltar um pouco ao século XIX. Então, partiremos da formação do país em 1747, por meio da monarquia Durrani. Passando por inúmeros desafios, desde o ataque de impérios persas até o império mongol, o primeiro grande conflito com a Inglaterra ocorreu entre os anos 1839 e 1842, quando é instaurada a primeira guerra Anglo-afegã. O exército anglo-indiano invadiu o Afeganistão, tomando as principais cidades. Mas, após uma rebelião, em dezembro de 1842, os britânicos foram forçados a abandonar o país.

Durante muito tempo, a política externa do Afeganistão era ditada pela Inglaterra. O fim dessas guerras vai culminar na independência do país. Em 1919, a Grã-Bretanha reconheceu o Afeganistão como Estado independente e Amanullah Khan tornou-se rei. O país tem em seu histórico uma grande interferência de fatores e agentes externos desde a sua origem e por conta de sua geografia.

Também é importante destacar que após a Segunda Guerra Mundial, o país é ocupado pela URSS (União da Repúblicas Socialistas Soviéticas) entre 1979 e 1989. Quando a URSS deixa o país (devido aos custos para mantê-lo), o Talibã – grupo fundamentalista islâmico financiado pelo Paquistão, nessa época, já existia.

Está dando para acompanhar, amigos?

Atente-se que o Talibã é um movimento religioso o qual se propunha implantar a lei islâmica no país, outrora desagregado pela queda do regime comunista.

Avancemos!

É entre os anos de 1992 a 1996 que ocorre uma guerra civil, sendo o ano de 1994 o pior para o Afeganistão, pois estava tudo destruído, a população extremamente desgastada. Em 1996, ou seja, sete anos depois da retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, as milícias talibãs conquistam Cabul e vão estendendo seu domínio. Contaram com o apoio do Paquistão e da Arábia Saudita para derrotar as facções rivais e, uma vez no poder, restabeleceram a ordem no país, impondo um severo regime islâmico permanecendo no comando do Afeganistão por cinco anos, até 2001.

Você certamente deve lembrar dos atentados de 11 de setembro, que destruíram o WTC (Centro Mundial de Comércio), em Nova York, e parte do Pentágono, em Washington. Pois é, isso criou uma nova situação internacional. Logo após os atentados, os Estados Unidos obtiveram informações de que os terroristas estavam ligados a Osama Bin Laden.

Acontece que o Talibã foi acusado de refugiar à Al-Qaeda. Em dezembro daquele ano, após sua recusa em entregar Osama Bin Laden mediante os ataques de 11 de setembro, uma coalizão liderada pelos Estados Unidos e forças da Aliança do Norte o expulsou do poder.

Bin Laden foi liquidado pelos Estados Unidos no Paquistão em 2011, assim como outros líderes da organização terrorista. A Al Qaeda hoje é um grupo muito debilitado. O Talibã, por sua vez, resiste e se fortalece, para infortúnio da população, especialmente as mulheres, procurando inclusive a legitimidade internacional, sobretudo agora com a retomada do poder.

Caríssimos leitores, não sejamos inocentes, fiquemos atentos aos marcos históricos. A guerra lá no Afeganistão mostra que a disputa acontece muito mais pelo lucro e interesse das indústrias que envolvem a guerra do que pela reestruturação de um país. Fato é, a situação atual é de bastante incerteza, particularmente, por estar voltando ao poder um grupo que tem as piores práticas no que diz respeito aos direitos humanos. Seria um regresso histórico? Façam suas reflexões porque a história continua…

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