Distante pouco mais que 30 km da capital sergipana, Rosário do Catete tem muita história para contar. Você sabia que desde a primeira tentativa de conquista de Sergipe por Luiz de Brito, governador da Bahia em 1575, há referências de uma aldeia indígena próxima ao local onde hoje encontra-se a cidade? Pois é, amigo leitor. É depois de muitos entraves entre Santo Amaro e Maruim, durante o século XIX, que a povoação foi elevada à categoria de Vila denominada Nossa Senhora do Rosário do Catete.

As terras do antigo engenho Jordão foram berço de intelectuais, governadores do estado, além de outros políticos, juristas, professores e músicos. São muitos seus filhos maternos e do coração. Podemos citar Antônio Garcia, Leandro Maciel, Augusto Maynard Gomes, Edelzio Viera de Melo, José Sotero Vieira, entre outros. Inclusive, neste último 17 de abril, um de seus rebentos completou mais uma primavera, trata-se do Reverendo Dr. Virginio de Carvalho Neto. Entenda a importância histórica e social desse sergipano nos próximos parágrafos.

No início da segunda metade do século XX nascia em Aracaju o pequeno Virgínio. Filho de Paulino Bispo de Carvalho e Maura Moraes de Carvalho, teve infância e adolescência em Rosário do Catete, localidade em que chegou ainda nos primeiros anos de vida e por lá cresceu. Em 1953, ano de seu natalício, o contexto social não era nada fácil, mas com muito esforço e trabalho o Sr. Paulino e D.ª Maura conseguiram criar seus 5 filhos, dos quais Vígínio é o caçula.

 

Já adolescente, Carvalho, em contato com a fé protestante, tornou-se membro de Igreja Evangélica Assembleia de Deus. Seus conterrâneos guardam a lembrança de um jovem dedicado aos estudos e fervoroso no que se refere às questões espirituais. Seu fervor carismático e esmero jovial lhe conferiram a possibilidade de ser o pastor mais jovem de sua denominação religiosa.

 

 

 

 

Ainda aos 20 anos de idade, e já casado com Rosa Angélica Santos de Carvalho, foi enviado como missionário para ilha de Madagascar/África no ano de 1974. A partir deste marco, o jovem menino do catete não parou mais. Em 1989 retornou da missão para assumir a presidência da maior denominação evangélica do Estado, a Assembleia de Deus. A liderança não se deu apenas na capital, mas também na convenção de ministros e igrejas no que condiz ao estadual, sendo o primeiro pastor sergipano a assumir tal posto na história dessa igreja, uma vez que seus predecessores foram provenientes da Bahia. Neste cargo, Carvalho permanece até os dias atuais e estão sob seu comando cerca de 63 mil membros e 356 ministros.

 

 

 

 

O Reverendo Virgínio de Carvalho é pastor evangélico, missionário, bilíngue, psicólogo, bacharel em Filosofia, Mestre em Ciências da Religião e Doutor em Teologia. Foi secretário de Estado e tornou-se senador (suplente) da República. IMAG 5 Além de vários outros títulos, como medalhas e comendas. É reconhecido cidadão em mais de 40 municípios sergipanos, inclusive Rosário do Catete, pelo fato de não ter nascido lá, mas ter sido base de seu desenvolvimento. Vale ressaltar que o mesmo exerce forte liderança missionária no continente africano e em outros países por meio da Missão Reviver.

 

 

 

Todos temos uma trajetória de vida e o estudo dessas carreiras, muitas vezes, levam à percepção de um processo de superação e afirmação. A história do Pastor Virginio serve de inspiração para rosarenses, sergipanos e brasileiros a trilharem um caminho de conquistas.

O reverendo tem evidente prestígio nacional e internacional, mas não se pode esquecer: tudo iniciou a partir de uma história suplantada no pequeno Catete de Sergipe. Uma cidade substanciada no tamanho, todavia grande por sua importância e por ser reduto de tamanhas personalidades.

Não se sabe ao certo a origem do termo catete. Seria incerto quanto a uma comida típica da região, um animal, conglomerado de escravos ou mesmo relação com um dos engenhos do barão de Maruim. Fato é que essas terras do catete promoveram um homem de caráter ilibado e história inspiradora que precisou enfrentar diversos obstáculos e, mesmo que em alguns momentos, eles pudessem ter parecido impossíveis de atravessar, é um sergipano que construiu notável biografia.

 

Por fim, parabenizamos o Pr. Virgínio por mais uma primavera e que através de sua vida e obra, muitas outras histórias possam ser alcançadas e inspiradas.