Vias degradantes causam stress e prejuízo entre os aracajuanos
Responsável pela manutenção asfáltica de Aracaju, a Emurb põe culpa na gestão anterior e nas adversidades climáticas
Se sem chuva, a cidade de Aracaju já estava entupida de buracos, agora, imagine sem. A situação degradante das vias públicas da Capital está tirando a paciência da população aracajuana. A buraqueira está em todas as regiões. Difícil é achar uma rua que esteja com sua pavimentação em dia. Um verdadeiro pesadelo.
A Avenida Delmiro Gouveia; Francisco Moreira; Marechal Rondon, entre outras “N” ruas de Aracaju, são alguns exemplos de situação caótica. O prejuízo, claro, é inevitável. A borracheira Zuleide Aparecida, 48 anos, já perdeu as contas de quantos motoristas chegaram a sua borrac haria, nos últimos meses, para consertar roda empenada, pneu rasgado.
“Aumentar é pouco, duplicou, triplicou o número de buracos em Aracaju. Nunca vi tanto buraco na minha vida nessa cidade. Para mim, está sendo um lucro né. Mas não é por isso que vou deixar de reclamar”, afirma a borracheira Zuleide. Ela relata dramas vividos até por parentes.
“CULPA DE JOÃO”
“Minha cunhada junto com o marido caiu num buraco de moto e se arrebentou toda, um dia desses”, afirma Zuleide. Na opinião dela, tapar as irregularidades das pistas da cidade não é a solução, de forma alguma. “Tem que recapear tudo. De um ano e meio, dois anos para cá, as vias de Aracaju estão ruins demais”, diz.
Procurada, a Empresa Municipal de Obras e Urbanização – Emurb -, responsável pela manutenção das vias púbicas de Aracaju -, se manifestou por meio da Assessoria de Comunicação que enviou nota à Redação do Cinform. O órgão coloca boa parte da culpa na gestão anterior.
“O parque de produção e operações da Emurb foi encontrado comprometido, Usina de Asfalto desativada, tendo inclusive que adquirir de outros Municípios o Concreto Betuminoso Usinado a Quente, que se trata de um dos tipos de revestimentos mais utilizados nas vias urbanas”, explica a nota.
PASSA CHUVA
A Emurb ainda informa que a atual gestão encontrou equipes de rua em número bem inferior ao necessário; falta de material e problemas contratuais com empresas prestadoras de serviços e salários atrasados. Mas: “gradativamente, essas pendências foram superadas e hoje a realidade já é outra”, diz a nota.
Além de culpar a antiga gestão, a Emurb põe culpa na adversidade climática. “Neste ano, o inverno está mais rigoroso e as chuvas têm castigado ainda mais o estado danificado da malha viária. Além das chuvas, o pavimento passa por desgastes diários com o tráfego de aproximadamente 300 mil veículos, de acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito”, informa.
Mas o que interessa: quando Aracaju passará por um recapeamento asfáltico completo. “Consta no planejamento da Emurb um programa de recapeamento que contempla os corredores de trânsito e ruas com o pavimento danificado. Assim que o período chuvoso cessar, a Gestão Municipal pretende investir prioritariamente na malha viária da cidade”, afirma a Emurb.
Uma das piores situações das vias de Aracaju é na Avenida Marechal Rondon, sentido Universidade Federal de Sergipe – UFS – em frente à garagem da empresa Progresso. O ápice da degradação ali foi na semana passada, quando os motoristas enfrentaram um trânsito interminável para andar apenas poucos metros.
MARECHAL CAÓTICA
A biomédica Rafaela Tourinho, 24 anos, sabe bem disso. “A situação da Marechal Rondon é a pior possível. Além da demora de ficar parada no trânsito, fiquei pensando: ‘por que a Prefeitura de Aracaju nã o arrumou aquela avenida na segunda-feira, quando todo o transtorno começou?’”, indaga.
“Precisou passar quatro dias para arrumarem”, diz Rafaela. O percurso de sair do trabalho para ir para casa que a biomédica fazia em 15 minutos, agora, faz em uma hora e 30 minutos. “Pego todo o transtorno que começa na Avenida Desembargador e vai até a Progresso”, informa.
De acordo com a Emurb, responsável pela manutenção das vias púbicas de Aracaju, no caso da Avenida Marechal Rondon, na semana passada, foram tomadas algumas providências paliativas para minimizar. Mas por quais motivos só agora o órgão decidiu fazer algo?
Novamente, a Emurb põe culpa na adversidade climática. “Estrago (foi) causado por conta da chuva, do desgaste natural, do número de veículos que diariamente trafega pelo local com destino à UFS e ao complexo do Rosa Elze que faz parte do município de São Cristóvão”, informa um trecho da nota.