Faixa-título foi classificada para Festival da Canção Brasileira do Sesi

Inspirado por artistas como Sam Cooke, Tim Maia, Otis Redding e Aretha Franklin, o cantor sergipano Bruno Del Rey trouxe elementos e, até mesmo, instrumentos dos anos 50 e 60 para o seu mais novo trabalho, o EP “Começou Tem Que Ter Fim”. Lançado no final do mês de junho, o mini álbum já trouxe algumas conquistas para o sergipano, que hoje mora em São Paulo.

A faixa-título do trabalho foi uma das semifinalistas do Festival da Canção Brasileira do SESI/SP este ano. Apesar do músico já ter participado de festivais como este com as bandas Rockassetes e Bicicletas de Atalaia, ele se mostra feliz e honrado pela estreia de seu projeto solo neste tipo de evento.

“Fiquei extremamente feliz e honrado por ter sido selecionado em meio a centenas de inscritos por todo o Brasil. Já havia participado de certames assim com a Rockassetes e Bicicletas anteriormente, mas foi a estreia do trabalho solo em festivais como esse”, comenta.

No dia 11 de agosto, Bruno e sua banda tiveram a oportunidade de apresentar a música “Começou Tem Que Ter Fim” ao vivo para o público e jurados do festival. Para ele, além de ser uma importante vitrine para o seu trabalho, a apresentação foi especial porque uma parte de sua família estava na platéia do Sesi Piracicaba (SP).

“O formato é certame, ou seja, competição de canções. Os artistas executam uma canção e são avaliados pelo júri, isso claro, sempre deixa público e o próprio artista com gosto ‘quero mais’, mas independente de passar ou não para a final, é sempre uma ótima exposição e vitrine para os artistas que se apresentam isso é fundamental para a longevidade de um trabalho artístico”, comenta.

“Para mim, isso é muito natural e honesto, eu não coloco uma roupa retrô apenas para subir ao palco” (Foto: Melissa Warwick)

RECEPÇÃO

Lançado em 29 de junho deste ano, o mini álbum, o segundo da carreira solo de Bruno, é composto por três faixas autorais. “Começou Tem Que Ter fim”, que dá nome ao trabalho, é autobiográfica.

“Essa foi a primeira canção que escrevi após o término de um longo relacionamento. Foi uma fase difícil, mas também de uma transformação importante. Quis deixá-la direta, sem rodeios e poucas metáforas. É bem visceral”, comenta o cantor.

Bruno Del Rey comemora a boa recepção ao trabalho, tanto por parte do público quanto da crítica. Principalmente, porque ainda é muito difícil viver de arte no Brasil.

“Tenho recebido várias mensagens de pessoas que ouviram meu som e se identificaram a ponto de me procurarem. Por vezes são atraídos pela voz, por vezes pelo visual retrô, por  vezes pelas letras. Isso é tão gratificante que se torna o combustível para continuarmos fazendo arte num país onde pensar e viver para isso já é muito difícil”, comemora.

 

Com influências dos anos 50 e 60, Bruno lançou seu segundo EP em junho (Foto: Melissa Warwick)

PLANOS PARA O FUTURO

Apesar de suas músicas tocarem em
rádios sergipanas desde o lançamento do seu primeiro EP solo “Respire Fundo e Diga 33”, em 2017, Bruno Del Rey ainda não tocou em Aracaju com o seu projeto. Mas o seu plano de cantar suas músicas para o maior número de pessoas inclui sua cidade natal.

“Ainda não toquei na minha cidade natal com meu trabalho solo e acredito que agora com o EP lançado, seria o melhor momento! Isso já está sendo articulado e provavelmente em janeiro estaremos por aí fazendo esse lançamento”, avisa.

ESTÉTICA RETRÔ
Bruno conta que sempre foi atraído pela estética retrô, tanto visual quanto sonora, e isso influenciou todos os projetos que ele criou e participou. Ele lembra que quando tocava com a Rockassetes, eles se apresentavam de gravata e, às vezes, com terno. Já com o Bicicletas de Atalaia, essa influência se refletia na sonoridade da banda.

“Com o tempo, outros elementos estéticos foram entrando e deixamos de nos vestir assim nos últimos anos da banda. Quando meu irmão e eu criamos a Bicicletas de Atalaia, já não pensávamos em uniforme, mas a influência retrô estava lá, no som, no corte de cabelo, roupas etc. Ao iniciar meu trabalho solo não tinha a menor dúvida de como o guiaria esteticamente”, lembra.

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