O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Brasil registrou a maior taxa de óbitos de toda a série histórica em 2021, com cerca de 1,8 milhão de mortes – um aumento de 18% em relação ao ano anterior. Isso equivale a 273 mil mortes a mais em 2021 em comparação com 2020. A pesquisa Estatísticas do Registro Civil, também do IBGE, mostrou que o número de nascimentos em 2021 foi o menor da série histórica, com pouco mais de 2,7 milhões de registros, uma queda de 1,6% em relação a 2020 – ou 43 mil nascimentos a menos. Desse total, 2,63 milhões são crianças que nasceram em 2021 e cerca de 70 mil são de nascidos antes e registrados apenas em 2021.
A gerente da pesquisa, Klívia Brayner, explicou que “a pandemia de Covid-19 mexeu muito com a parte demográfica do país”, já que o número de nascimentos ficou muito abaixo das projeções do IBGE, enquanto o número de óbitos ficou muito acima. Segundo a pesquisa, o número de óbitos foi concentrado, principalmente, no primeiro semestre de 2021, época em que poucas pessoas ainda haviam sido vacinadas. A tendência de queda no número de mortes começou a ser observada em julho de 2021, mês em que os óbitos ainda estavam próximos de 150 mil. A partir de setembro, no entanto, a queda passou a ser mais expressiva e os registros de óbitos daquele mês até dezembro foram sempre menores do que os observados nos mesmos períodos de 2020.
A pesquisa também revelou que a queda nos registros de nascimentos, observada pelo terceiro ano consecutivo, pode estar associada à queda da natalidade e da fecundidade no país, além de ter sido influenciada pela insegurança dos casais devido à pandemia.
Além disso, o número de divórcios concedidos em primeira instância ou realizados por escrituras extrajudiciais também cresceu em 2021, com um aumento de 16,8% em relação ao ano anterior, elevando a taxa geral de divórcios para 2,49‰ em 2021.