Brasil: economia paralisada, mais de 400 mil infectados e, em 1 dia, mais de 1.000 mortes

Por: Edvar Freire Caetano – CinformOnline

Os números fornecidos hoje, pelo Ministério da Saúde, não deixam dúvidas de que o Brasil é, atualmente, sério candidato a epicentro da pandemia. Com mais de 100 mil óbitos e aproximando-se de 1,8 milhão de infectados, os Estados Unidos disparam em um incômodo primeiro lugar no mundo.

Na progressão em que está, o Brasil logo chegará ao meio milhão de infectados, talvez em 4 ou 5 dias, e daí até chegar ao milhão será um pequeno salto, a menos que se atinja o pico da pandemia, o que não parece tão próximo.

Para complicar, já que se trata de Brasil, tudo isso ocorre ao lado de uma crise política e institucional sem precedentes, onde o Executivo e o STF digladiam-se em ataques que seriam inúteis se não fossem tão nocivos. Enquanto eles brigam, as pessoas permanecem morrendo aos montes, na esperança de uma estrutura de enfrentamento que nunca chega, ou de um plano que marque com relativa clareza medidas inteligentes.

Como se esse clima de incertezas não bastasse, de repente os órgãos de controle e fiscalização descobrem uma falcatrua no Rio de Janeiro, em que recursos destinados ao combate à pandemia são desviados aos milhões para os bolsos de pessoas inescrupulosas, uma praga que parece multiplicar-se pelo Brasil afora, seja entre políticos, seja entre empresários, os dois sempre de mãos dadas para roubar.

O impasse da economia – Nada é tão ruim que não possa piorar, como já falou alguém com bom índice de certeza. Na entrevista do ex-ministro Mandetta, que já fora vista, até o último domingo, por cerca de 1 milhão de pessoas nas redes sociais, ele falou que mais grave do que o número de mortos é o ataque do coronavírus à economia dos países.

Isso é a mais pura verdade, até porque as doenças respiratórias graves mataram no Brasil, em 2019, 70 mil pessoas. Mas, o problema da covid-19 é a concentração dessas mortes em curtíssimos espaços de tempo, o que exige uma infraestrutura inexistente em qualquer país do mundo, exceção, talvez, de alguns países asiáticos, acostumados com endemias virais.

Hoje, aqui no Brasil há milhões de pessoas passando graves necessidades, inclusive fome, famílias inteiras sobrevivendo com pães e água, aliás, água que falta em muitos milhares de residências pelas periferias das cidades.

Um bom indicativo é que as autoridades precisam sentar-se à mesma mesa e concentrarem sua atenção na dualidade da crise, objetivando ao isolamento dos grupos de riscos e liberando, paulatinamente, com planejamento e cuidado, a retomada da economia, sob pena de condenar à morte pela fome mais gente do que pelo novo coronavírus.

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