Um problema que atinge, em geral, mulheres a partir dos 40 anos de idade e que causa bastante desconforto e constrangimento, pode ser solucionado no Hospital Amparo de Maria (HAM), localizado no município de Estância. É o Prolapso de Órgãos Pélvicos (POP), descida da parede vaginal anterior e/ou posterior, ou do ápice (apical) da vagina (útero ou cúpula vaginal e pacientes histerectomizadas) com o deslocamento permanente das vísceras pélvicas de sua posição habitual.
O hospital vem desenvolvendo um projeto de assistência a pacientes com prolapso genital sob a coordenação do médico ginecologista e obstetra, Dr Vinícius Alberto Nascimento de Brito. O projeto tem como objetivo assegurar às pessoas uma melhor qualidade de vida, evitando o agravamento dessa patologia que, além de trazer desconforto, constrangimento e problemas urinários, pode gerar agravos como ulcerações devido à exposição da mucosa vaginal.
A principal teoria aceita para a causa do POP é um desequilíbrio entre as estruturas que sustentam a pelve (músculos, fáscias, ligamentos e componentes nervosos). Os principais fatores de risco são: etnia (hispânico), partos vaginais, idade avançada, menopausa, obesidade, constipação, doença pulmonar obstrutiva crônica e histerectomia. Doenças que estão relacionadas a alterações na composição do colágeno e hipoestrogenismo também são fatos de risco importantes. homens também podem desenvolver, porém de forma muito mais rara e apenas do componente retal.
Dr Vinícius Alberto Nascimento de Brito, ginecologista e obstetra
“O Hospital Amparo de Maria possui equipe capacitada e estrutura física adequada para realização de diagnóstico, acompanhamento, tratamento conservador e da maioria dos tratamentos cirúrgicos. O HAM possui diversos projetos de expansão do atendimento e ampliação dos procedimentos realizados. Na nossa unidade realizamos atendimentos ginecológicos diariamente e procedimentos cirúrgicos ginecológicos de domingo a domingo, atendendo todo o estado de Sergipe”, disse Dr Vinícius.
Por se tratar de uma instituição filantrópica, o HAM necessita de apoio e parceria de entidades e de indivíduos que desejem contribuir com a proposta de atendimento de qualidade, com respeito e eficiência. “Vale lembrar que a instituição, mesmo que prioritariamente realize atendimentos SUS, ela também possui diversas especialidades, cirurgias, exames laboratoriais e de imagem na modalidade particular”, comentou.
O diagnóstico do prolapso genital é feito através da queixa da paciente, em geral relatando “sensação de bola na vagina” e do exame físico (inspeção, exame especular e toque vaginal). Os órgãos mais afetados são o útero, bexiga, uretra, reto e intestino delgado. O médico alerta que é possível ocorrer recidivas. Segundo ele, em geral de 40% a 60%, entretanto, é importante diferenciar a recidiva, que é o retorno do prolapso já operado, de um novo prolapso.
Equipe responsável pela realização das cirurgias eletivas do HAM
Tratamento
O tratamento é individualizado de acordo com os sinais, sintomas e impacto na qualidade de vida e da paciente. Esse tratamento pode ser expectante, conservador ou cirúrgico. Conservador: é modificação de estilo de vida (alimentação, melhora do funcionamento intestinal, prática de atividades físicas, controle de peso e suspensão de tabagismo), exercícios para fortalecimento do assoalho pélvico e uso de pessário ginecológico (dispositivos feitos de silicone, látex ou policarbonato usados para sustentar o assoalho pélvico).
Cirúrgico: prolapso vaginal anterior: a correção é realizada através de cirurgia por via vaginal chamada colpoplastia anterior com ou sem uso de tela. Prolapso vaginal posterior: a correção é realizada por via vaginal, transperineal ou transanal, através da colpoperineoplastia posterior ou reparo de sítio-específico com tela ou não. Prolapso Apical: a correção é realizada via vaginal ou abdominal, com utilização de tela.
“Em alguns casos a retirada do útero pode ser necessária durante a correção, porém remover o útero de uma paciente com prolapso uterino não garante suporte apical. Existe a opção de cirurgia obliterativa que seria o procedimento de exceção para casos específicos através do fechamento do canal vaginal (colpocleise) ou a retirada/fechamento da vagina (vaginectomia)”, conclui Dr Vinícius.