*Por Evelyn Mateus
Conheça os alimentos aliados na prevenção
Outubro é o mês destinado à conscientização sobre o câncer de mama, doença com o maior índice de mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O principal objetivo da campanha é compartilhar informações através de eventos técnicos, debates e apresentações que possibilitem o acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento precoce, ajudando, dessa forma, a diminuir o risco de morte entre a população referida.
Não existe uma causa única para o surgimento do câncer de mama. Origina-se da soma de alguns fatores de risco genéticos e ambientais, tais como: idade acima de 50 anos; obesidade ou sobrepeso; histórico de câncer na família; tabagismo; sedentarismo; consumo de álcool; exposição constante a raios x; ausência de gravidez, entre outros. Por ter essa natureza multifatorial, recomenda-se veemente o autoexame para todas as mulheres com idade acima de 20 anos, a fim de identificar nódulos, secreção ou alguma anormalidade que possa surgir.
Apesar de não se tratar de uma doença 100% prevenível, existe a possibilidade de reduzir alguns fatores de risco com a adoção de hábitos de vida mais saudáveis, como por exemplo, ter uma alimentação equilibrada; reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas; abandonar o tabagismo; manter o peso adequado e praticar exercícios físicos. Sabendo que um organismo imunossuprimido pode agravar a doença ou favorecer o surgimento de outras neoplasias, o INCA traz algumas orientações do que se deve evitar ou adotar, no que diz respeito à alimentação:
EVITAR
- Alimentos conservados em sal – pois estes aumentam o risco de câncer de estômago em portadores da bactéria H. pylori.
Exemplos: azeitonas, legumes em conserva, charque e bacalhau.
- Alimentos e bebidas com adoçantes artificiais – apesar de não existir evidências conclusivas que os relacionem ao aparecimento de câncer, pesquisas apontam que o consumo de bebidas ricas em adoçantes artificiais e com baixo valor nutricional contribui para o sobrepeso e obesidade, que apresentam associação direta com pelo menos 15 tipos de câncer.
Exemplos: refrigerante, suco de caixa, biscoitos e doces processados, etc.
- Alimentos ultraprocessados – além de possuírem aditivos químicos prejudiciais à saúde, podem ainda conter resíduos de agrotóxicos.
Exemplos: salgadinho de pacote, macarrão instantâneo, biscoito recheado, etc.
- Bebidas muito quentes – temperaturas acima de 65° podem causar sérias lesões à mucosa do esôfago, podendo progredir a câncer. Em vista disso, o consumo dessas mesmas bebidas em temperaturas abaixo de 60° não é considerado um risco.
Exemplos: café, chá e chimarrão.
- Cocção de carnes a elevadas temperaturas – cozinhar, fritar ou assar carnes em altas temperaturas resulta na formação de aminas heterocíclicas, substâncias potencialmente cancerígenas. Essas mesmas substâncias são encontradas na fumaça do churrasco e em alimentos defumados.
Exemplos: batata frita, churrasco, salame defumado, etc.
ADOTAR
- Alimentos orgânicos – existem evidências científicas que comprovam os malefícios causados por agrotóxicos, principalmente em relação ao surgimento de câncer em trabalhadores agrícolas e moradores das proximidades, bem como à contaminação do meio ambiente. Por isso é recomendado, sempre que possível, a compra de alimentos orgânicos e ecológicos de agricultura familiar.
- Fibras – previnem o câncer colorretal, pois ao regularem o trânsito intestinal, diminuem o tempo de contato entre as substâncias cancerígenas presentes nas fezes e a parede do intestino.
Exemplos: aveia, farinha de linhaça dourada, arroz integral, frutas que podem ser consumidas com casca, etc.
- Alimentos antioxidantes – quando introduzidos em um estilo de vida saudável, os alimentos antioxidantes podem aumentar a imunidade e evitar o surgimento de infecções, inflamações e algumas doenças oportunistas.
Exemplos: frutas vermelhas, frutas cítricas, romã, uva roxa, açafrão, curry, própolis, etc.
- Cocção saudável de carnes – quando preparadas ao vapor, guisadas, ensopadas ou assadas em temperatura média/baixa, as chances de formar aminas tóxicas são menores. Optar por carnes frescas, retirar a pele do frango, cortar a peça em pedaços menores para diminuir o tempo de cozimento e marinar em suco de limão, são outras soluções que ajudam a reduzir esses compostos cancerígenos.
*Evelyn Mateus – Nutricionista formada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Pós-Graduada em Nutrição Clínica e Esportiva pela FATELOS