Uma das vítimas é uma criança que está internada na unidade
O uso do álcool seja ele na sua forma líquida ou em gel é um dos aliados importantes na prevenção do coronavírus, além da higienização das mãos com água e sabão. Porém, o uso da substância tem despertado uma outra preocupação entre os profissionais da área da saúde: as queimaduras.
O coordenador da Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ), do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), Bruno Cintra, faz um alerta e revela que a primeira vítima já está internada na unidade e trata-se de uma criança que brincava com o produto e foi para a cozinha, além de relatos de três vítimas no interior do Estado.
“A nossa grande preocupação desde o início dessa pandemia era com a liberação do álcool para fazer a asepxia das mãos e higienização de alguns objetos no combate ao coronavírus. Com isso, vem uma grande quantidade de cuidados que a gente tem que ter, principalmente com as crianças em isolamento e com maior disponibilidade de álcool nas casas”, explica Bruno Cintra.
Ele alerta, ainda, que álcool e criança não costumam ter um resultado bom. “ Temos que ter cuidado com isso, pois nos últimos vinte dias no Brasil, já foram totalizados 100 pacientes por queimaduras por álcool líquido ou álcool gel. Aqui em Sergipe, já temos três casos no interior e uma criança que está internada na UTQ com queimaduras de segundo grau profunda. Ela brincava com álcool líquido e foi para a cozinha próximo ao fogo sofrendo queimaduras na barriga e pernas”, comentou o coordenador da UTQ.
Vale ressaltar que a maior parte dos casos relatados são pacientes que estão realmente na tentativa de combater o vírus, por isso, fazem muita higienização das mãos e se descuidam em fazer a asepxia com álcool. Muitos já vão direto para a cozinha preparar a refeição, manuseando o fogão e acabam se queimando. O ideal é lembrar que quando passar o álcool gel e for manipular com fogo esperar um tempo até o produto secar. Já a criança, o correto é não deixar brincar próximo ao fogo e a orientação é fazer a lavagem das mãos com água e sabão, quando não for possível utilizar o álcool gel, mas, supervisionado por um adulto.
“O planeta preocupado com a pandemia do coronavírus, isso é ótimo. As crianças e as pessoas que em teoria é para fazer isolamento domiciliar, a não ser as que são serviços essenciais não deveriam usar álcool com tanta frequência, higienização com bastante água e sabonete já é o suficiente. O álcool é só para um momento que não possa ser feito a higienização das mãos, não manusear álcool perto do fogo e de preferência criança monitorada. Caso aconteça a queimadura, o correto é levar no posto de saúde mais próximo e o médico é quem vai definir se é grave ou simples, se for mais grave será direcionada para o Huse e se for o caso internar na UTQ”, alertou Bruno Cintra.