Uma solenidade no campus Farolândia marcou o início da Operação Mangabeiras, que vai levar ações de cidadania para 12 municípios do interior sergipano; atividades envolvem 252 estudantes e professores universitários de Sergipe e outros seis estados
Uma solenidade realizada nesta sexta-feira, 19, no Campus Farolândia da Universidade Tiradentes (Unit) marcou a abertura oficial da Operação Mangabeiras, uma das atividades da edição 2024 do Projeto Rondon, promovido nacionalmente pelo Governo Federal, sob a coordenação do Ministério da Defesa. Até o próximo dia 4 de fevereiro, professores e estudantes universitários de Sergipe e outros seis estados irão atuar como voluntários em comunidades de 12 municípios do interior de Sergipe: Areia Branca, Campo do Brito, Cedro de São João, Cumbe, Divina Pastora, Frei Paulo, Graccho Cardoso, Itabi, Malhada dos Bois, Moita Bonita, São Francisco e Tomar do Geru.
Nelas, os grupos irão ministrar oficinas, capacitações e outras atividades para moradores e líderes que atuam nas localidades, atendendo a demandas nas áreas de cultura, direitos humanos, justiça, educação, saúde, agricultura, tecnologia, meio ambiente e trabalho. Ao todo, serão 252 “rondonistas”, enviados por 22 faculdades e universidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além da própria Unit e da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Entre os alunos, que foram enviados aos municípios logo após a solenidade, o clima era de bastante animação e expectativas, principalmente pela experiência que irão viver e pelo que irão aprender durante as atividades da operação. “Depois eu vi o que o projeto Rondon fazia, quis participar também, e a chance de desenvolver essas ações dentro do próprio estado é uma perspectiva muito boa. Eu espero fazer conexões, é aprender cada vez mais sobre trabalhar em comunidade, conseguir enxergar a realidade dessas comunidades e poder intervir positivamente”, diz o estudante Marco Antônio Galvão Martins, do 8º semestre de Medicina da Unit, ao contar que o pai dele também participou do Projeto Rondon em atividades na Amazônia, durante a década de 1970.
Marco integra o grupo de duas professoras e oito estudantes de cinco cursos da Unit (Medicina, Enfermagem, Psicologia, Direito e Odontologia), que irão atuar na cidade de Divina Pastora (a 40 km de Aracaju), que desenvolverá atividades e oficinas de capacitação, orientação e treinamento voltadas para as áreas de cultura, direitos humanos, justiça, educação e saúde. O trabalho na cidade será feito em conjunto com outro grupo de rondonistas, da Universidade do Vale do Taquari (Univates), em Lajeado (RS). “Nós temos um plano de exaltar a questão da cultura da renda irlandesa, pelo fato de ser um artefato muito conhecido aqui no estado. Temos planos de ter oficinas com as rendeiras, para dar espaço de fala a elas e para disseminar a cultura da renda”, adianta a gaúcha Laura Theves Dalmoro, que estuda Psicologia.
Além de atuar em Divina Pastora, a Unit terá outro grupo de rondonistas, que fará todo o trabalho de comunicação da Operação Mangabeiras. Duas professoras e 10 alunos dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Design Gráfico) irão percorrer todas as 12 cidades atendidas e fazer a cobertura das atividades do Projeto Rondon, através da assessoria de imprensa e da produção de conteúdo para todas as plataformas de comunicação, incluindo redes sociais. “A expectativa é muito grande, porque eu nunca trabalhei num projeto tão grande, a nível nacional. E eu espero que muitas comunidades possam ser atendidas e contempladas com esse trabalho que as oficinas vão estar realizando. Vai ser uma grande experiência profissional, né, estar fazendo assessoria tanto para o Exército quanto para o Ministério da Defesa em relação ao projeto Rondon”, afirma a aluna Débora Nepomuceno Marques, do sétimo período de Jornalismo.
Entrega simbólica
A solenidade de abertura da Operação Mangabeiras foi marcada pela apresentação da Banda de Música do 28º Batalhão de Caçadores (28º BC) e pela tradicional Outorga do Chapéu Rondonista, que marcou a entrega simbólica dos chapéus e a investidura dos professores e alunos participantes. Também foi apresentado um histórico sobre o Projeto Rondon, criado pelo governo federal em 1967 para integrar estudantes universitários às missões das Forças Armadas em territórios da Amazônia. O projeto foi interrompido em 1989 e retomado em 2005, com a participação de outros ministérios e órgãos públicos estaduais e municipais.
O coronel Luís Eduardo Teixeira, oficial da reserva do Exército e coordenador da Operação Mangabeiras, destaca que o Rondon traz duas vertentes. “A primeira é o fortalecimento da cidadania desses estudantes que estão vindo para o estado de Sergipe, para poder doar o seu conhecimento a esses municípios que vão levar suas propostas, mas também vão trocar conhecimentos, ter a oportunidade de conhecer esses municípios e cultivar esse sentimento de brasilidade. E outra vertente é também contribuir para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar social desse município”, assevera.
“É sempre um prazer enorme a gente dar todo o apoio para que os nossos alunos possam experimentar essa dinâmica que é a extensão fora do seu campo de ação. Isso reforça o compromisso que a Unit tem com a comunidade, com o tripé da universidade (ensino, pesquisa e extensão), e com os alunos, de apoiar sempre as ações em que os alunos estiverem envolvidos, para que eles possam construir esse processo de formação de forma mais efetiva”, destacou o pró-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unit, professor Ronaldo Linhares.
Asscom Unit
Encontro dos “rondonistas” marcou o início oficial da Operação Mangabeiras e o envio dos grupos para as atividades do projeto nos municípios