Existem em curso na Europa duas guerras: uma trágica, em que a Rússia invadiu com tropas, blindados, navios e aviões uma Ucrânia que cometeu um único pecado: querer ser livre e feliz; a outra guerra é uma desgraça, e trata do universo de desinformação que se espalha numa velocidade e abrangência inimagináveis pelos quatro cantos da terra.

As grandes mentiras parecem mesmo sair da Rússia, uma país subtraído por um presidente plenipotenciário, que detém o poder absoluto sobre todos os meios de comunicação e repete à exaustão um rosário de desinformação para uma nação amordaçada.

As imagens são claras e repetidas; as mortes de civis, entre eles crianças, idosos e mulheres, todos indefesos diante de uma avassaladora e impiedosa avalanche bélica, semeando desolação, fome e sofrimento, que enchem as telas de televisões ao redor do mundo.

Prédios destruídos, incêndios, explosões e tiros povoam as redes sociais, enquanto o Putin nega tudo, afirmando que se trata de mentiras.

O presidente dos Estados Unidos, a cada dia perde mais o protagonismo internacional, e fica mesmo com a própria Europa o papel de buscar uma solução que esbarre com esses crimes de guerra que apontam, insistentemente, para a autoria do mandatário russo.

Semana passada, o professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, Yuval Harari, afirmava que Putin já havia perdido essa guerra, uma vez que a Ucrânia não se dobrou, como fizera a Crimeia em passado recente.

Putin deu com os burros n’água e já se aproxima de 30 dias de guerra o que o malvado imaginou conquistar em dois ou três dias.

Surgiu a figura improvável de Volodymyr Olexandrovytch Zelensky, um presidente que não gozava de boa imagem perante os ucranianos, mas que, de repente, se transformou em herói internacional, roubando o protagonismo almejado pelo carrasco, que, a cada dia, fica mais envolvido e enrascado na sua própria teia, debatendo-se em busca de uma saída honrosa e negando o óbvio com sua rede de mentiras.

Estorce-se de inveja o urubu e queixa-se: “Esse Zelenski está me roubando a cena, cabe a mim a vingança… eu recrudeço”.

Para coroar seu rosário de mentiras, reúne em um estádio de futebol seus milhares de seguidores, e arrota que o país nunca esteve tão unido, utilizando linguagem chula, querendo se mostrar como o que jamais foi: um político popular.

O diálogo com a China não rola, aquele país gigante tem suas próprias quimeras expansionistas, e curte a parceria com a Rússia de Putin. Taiwan que se cuide!

No meio desse jogo de interesses, sofre um povo, que só queria ser feliz/ andar tranquilamente na terra onde nasceu/ poder se orgulhar e ter a consciência que ucraniano tem seu lugar.

 

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