Todos nós gostamos de uma boa festa. Faz bem à alma – e ao corpo – o ato de alegrar-se, de comemorar, de divertir-se. E festas de todos os tipos e para todos os gostos; em casa, na rua, nas praças, com familiares, com desconhecidos. Somos brasileiros, latinos, é da nossa cultura enaltecer a alegria. E onde quer que se vá, em todo o Brasil, as festividades estão presentes; micaretas, carnavais populares, quadrilhas, shows sertanejos, bailes funks, shows de rock.

Aqui, estamos acostumados – e aculturados – à sensação de que todos os ritmos, datas e locais são propícios para uma festa. Fazemos festa com tudo, com quase tudo. Só não deveríamos, como bons cidadãos pagadores de impostos e cumpridores dos nossos serviços diários, permitir que os políticos que aí estão continuem “fazendo festa” com o nosso dinheiro, e consequentemente, “fazendo festa” com a nossa cara, tirando sarro da nossa cara, enquanto nós, brasileiros, sergipanos, continuamos “pagando a conta”.

Digo isso porque a população de Sergipe desconhece a quantidade de dinheiro que sai dos cofres públicos, das mais diversas fontes financiadoras (município, Estado, instituições como a Petrobras, Ministério da Cultura, Ministério do Turismo) para realizar, por exemplo, um carnaval popular, um São João.

Acha que estou falando do preço real daquele show do artista em nível nacional que vai cantar em uma cidadezinha? Ou estou me referindo ao valor para montar um palco no interior sergipano? Não, não é disso que estou falando. Acha que sou contra a diversão? Também não. Que a sociedade de Sergipe fique ciente, todos merecem shows e eventos de qualidade, todos nós temos direito ao lazer.

Estou falando é dos atravessadores, daquele povo que está ali, “comendo por fora”, nos bastidores ilícitos, negociando nota, fazendo tratativas, burlando cartas de exclusividade, aliciando prefeitos, prejudicando artistas locais, tratando forrozeiros e quadrilheiros quase como mendigos; literalmente “fazendo a festa” com o dinheiro público, com o seu dinheiro, leitor.

Em Sergipe, nos últimos anos, após várias ações do MPE e do TCE, vez ou outra, um prefeito cai, vez ou outra, um empresário passa uma noite em claro, de medo da polícia bater à porta. Mas é pouco, é muito pouco para a quantidade de desperdício do erário. É muito pouco para o tanto de dinheiro do povo, nosso dinheiro, gasto a bel prazer de quem – em nenhum momento – está pensando em nosso bem-estar.

Há, nas varas judiciais e criminais, nos órgãos fiscalizatórios, na polícia, uma gama de inquéritos que envolvem a realização de festa em todo o Estado prontinhos para serem divulgados à sociedade, um verdadeiro vespeiro marimbondo; mas que ninguém ousa “meter a mão na cumbuca”.

Por quê? Medo? Claro, se são políticos ou empresários temem ser descobertos. Se são artistas e escondem as articulações ilícitas, nesse caso, eu até entendo esses artistas, quaisquer que sejam, errados ou não.

Agora, quanto aos funcionários públicos do mais alto escalão, em esferas estaduais e até federais, responsáveis pelas fiscalizações, o que temem? Esses eu não entendo, esses eu jamais entenderei.

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