
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) foi fundamental para expor a ligação direta entre Ricardo Bimbo, secretário nacional de Tecnologia do PT, e o megadesvio de verbas de aposentados do INSS. Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) encaminhados à CPMI detalham transações financeiras questionáveis entre o dirigente petista e a ADS Soluções e Marketing, a principal empresa intermediária do esquema que resultou em descontos indevidos em benefícios previdenciários que representava as associações sergipanas AAPPS Universo e a APDAP PREV.
De acordo com o Coaf, Bimbo recebeu repasses diretos em sua conta pessoal, além dos R$ 11,1 milhões destinados à Datacore, sua empresa. Também, entre agosto de 2023 e julho de 2024, a Datacore recebeu 22 remessas da ADS, totalizando R$ 8,29 milhões. A comprovação de que o dinheiro da fraude do INSS escoou para contas e empresas vinculadas a um alto membro do PT é a prova mais contundente da gravidade do caso.
As informações do Coaf desmentem a narrativa de Bimbo de que não tinha contato com as empresas investigadas e que era apenas um sócio minoritário sem gestão financeira. Os repasses maciços de uma empresa ligada à fraude do INSS, que roubava dos aposentados e pensionistas, para a Datacore, somados aos pagamentos feitos diretamente à pessoa física do dirigente do PT, substanciam a suspeita de que membros do PT foram beneficiados com o dinheiro subtraído dos segurados, sobretudo os idosos e beneficiários do Benefício de Prestação continuada (BPC).
O assunto ganhou forte repercussão nacional na última sessão do ano da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, quando o relator, deputado federal Alfredo Gaspar (PL/AL), classificou aquela reunião como “o dia da infâmia”. A declaração veio após a rejeição de requerimentos que buscavam convocar representantes de bancos e instituições financeiras citadas em reclamações relacionadas a empréstimos consignados.
Gaspar criticou duramente a postura de parlamentares que votaram contra as convocações. Para ele, a decisão representa uma tentativa de “proteger o sistema financeiro” em prejuízo de aposentados e pensionistas. O relator da CPMI ainda mencionou Bimbo como membro do diretório nacional do PT, o que, para ele, justificaria ainda mais a necessidade de esclarecimento.
“Ricardo Bimbo recebeu 11 milhões das associações de Sergipe, duas associações bandidas, Acolher e Universo. E quem é Ricardo Bimbo? Secretário Nacional do PT de Tecnologia. Vamos dar nome aos bois”, afirmou Alfredo Gaspar, durante a reunião da CPMI. Agora, diante de todas essas denúncias, e como perguntar não ofende, quem são os responsáveis pelas duas Associações sergipanas citadas na CPMI? E quem são seus respectivos “padrinhos políticos”?
A população brasileira está cada vez mais indignada com os rumos que essa investigação do roubo do INSS tem tomado, mas agora o povo de Sergipe merece uma explicação: algum político ou partido em nosso Estado teve participação direta nesse escândalo? Quem tinha acesso a Ricardo Bimbo? Alguma campanha por aqui foi financiada e/ou beneficiada com esse dinheiro dos aposentados? São perguntas que não podem ficar sem respostas e os órgãos fiscalizadores precisam atuar…
Por Habacuquqe Villacorte da equipe CinformOnline.
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