Finalizada a Conferência do Clima (COP 30), realizada em Belém (PA), a sensação é que “o conjunto da obra” foi muito insuficiente. O governo do presidente Lula (PT) criou uma falsa expectativa para a discussão mais aprofundada sobre temas relevantes para o globo terrestre. Nossa Amazônia, por exemplo, esperava muitos avanços, sobretudo no que se refere ao desmatamento, à conservação e proteção da natureza, mas não tivemos avanços em relação aos debates da COP 29.

É evidente que todo debate sobre meio ambiente é importante, mas nosso País tem problemas crônicos, esquecidos, desprezados, e que precisam ser priorizados. Por questões políticas e eleitorais, o governo brasileiro fala em erradicação da fome, mas as desigualdades ainda são assustadoras. O tema “defesa da Amazônia” parece só ganhar amplo debate nacional quando a eleição se aproxima, quando artistas e ambientalistas incorporam campanhas de marketing bem fundamentadas.

O custo da COP 30 em Belém ultrapassou a marca dos R$ 7 bilhões, montante que para muita gente poderia ter resolvido a baixa cobertura de saneamento básico em todo o Estado do Pará, por exemplo. Esse montante de recursos foi investido em estrutura, em muito luxo para receber as autoridades internacionais que vieram para o Brasil, em shows com artistas “simpatizantes” do governo Lula, mas com poucos resultados efetivos não apenas para a região Amazônica, mas para o nosso País como um todo!

Desprestigiada a COP 30 sofreu com as ausências de muitos chefes de Estado, com destaque para três das potências que mais emitem gases do efeito estufa (Estados Unidos, China e Índia). Sem contar o constrangimento diplomático diante da fala preconceituosa do chanceler alemão Friedrich Merz, que em discurso oficial “celebrou” o fato da comitiva alemã ter deixado Belém, numa crítica expressa ao acolhimento das autoridades brasileiras na recepção dos representantes internacionais.

A impressão é que o governo Lula apostou alto em uma “FESTA POP”, de olho em um sonhado protagonismo internacional para impulsionar uma campanha de reeleição em 2026, mas esbarrou nas próprias falhas, nas próprias mazelas. A COP é POP, bilhões foram gastos, mas os resultados apresentados sobre o meio ambiente são pífios e a nossa pobre Amazônia vai continuar “queimando” e sendo devastada, ou melhor, desmatada. Talvez artistas e ambientalistas “deem as caras” ano que vem! Talvez…

Não custa lembrar que, já na abertura da COP 30, o próprio presidente Lula já chamava a atenção para o também falido “Acordo de Paris” (2015) que, 10 anos depois, praticamente não saiu do papel! Sobre o evento em Belém, ficaram os registros dos preços exorbitantes para hospedagens e alimentação, além de estruturas inacabadas, sem contar uma invasão de manifestantes indígenas e o bloqueio de uma entrada do evento pelo descaso do governo brasileiro sem projetos de infraestrutura para a região.

Sem falar do incêndio em um dos pavilhões do evento, atestando que a COP 30 em Belém pode ter “vendido uma imagem positiva” graças aos fortíssimos investimentos em marketing, mas a “entrega” cria um “monstro” sobre muito do que não deve ser feito em um evento deste porte, um “show de horrores”! Se estivesse vivo, certamente Cazuza (in memoriam) cantaria em versos: “não me convidaram/para esta festa pobre/que os homens armaram/para me convencer…”. Simplesmente, “Brasil”…

Por Habacuque Villacorte da equipe CinformOnline.

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