A noite de abertura do Festival de Artes de São Cristóvão (Fasc) foi cheia de expectativas. O público aguardava as atrações artísticas, os comerciantes planejavam boas vendas e os agentes ambientais, que cuidam da coleta de resíduos recicláveis, esperavam ansiosos por um bom movimento no festival, que garanta renda extra nos quatro dias do evento, que acontece na quarta cidade mais antiga do Brasil, São Cristóvão (SE), de 20 a 24 de novembro.

Para isso, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas (Semac), capacitou e equipou 20 catadores e catadoras de resíduos sólidos antecipadamente, através do projeto Coleta do Bem. A presença da equipe ficou evidente desde as primeiras horas: camisas personalizadas de mangas longas, luvas e botas sinalizavam a atuação organizada dos catadores, que patrulharam pontos estratégicos e de convivência do festival para separar vidro, plástico, papel e metal. Além dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), os trabalhadores receberam itens de higiene pessoal e participaram de uma capacitação sobre uso dos EPIs, segurança no trabalho e manejo adequado dos resíduos.

A ação foi realizada em uma parceria entre o Governo do Estado, por meio da Semac, e a Prefeitura de São Cristóvão, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. A secretária de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas, Deborah Menezes Dias, explicou que essa iniciativa tem dupla finalidade. “Com o Coleta do Bem, fazemos parte da gestão ambiental de grandes eventos e valorizamos socialmente os catadores, atores essenciais na cadeia da reciclagem. A chegada do projeto ao Fasc é emblemática, e estamos satisfeitos com os resultados”, destacou.

A rotina na primeira noite exigiu atenção e cuidado. Os agentes manusearam materiais cortantes e enfrentaram movimentação intensa de público, mas os EPIs e as instruções práticas fornecidas pela Gerência de Resíduos Sólidos da Semac ajudaram a reduzir riscos.

Júlio Barbosa trabalha com reciclados há três anos e afirma que o projeto Coleta do Bem colabora com sua atividade. “Já começamos o Fasc com todos os equipamentos, é muito melhor trabalhar assim. É uma forma de dar valor e saúde aos catadores. Com a farda, as pessoas já reconhecem, já recebem a gente melhor, isso também ajuda nosso trabalho”, ressaltou.

A catadora de resíduos Diana Ferreira conta que faz parte da Associação de Catadores de São Cristóvão e que, por isso, coleta todo tipo de material. “A cooperativa recebe PET, papel e latinha. Muitos catadores buscam apenas alumínio, mas catamos tudo. Trabalhar com os equipamentos traz segurança e tranquilidade, a gente não se corta, não se machuca, se sente tranquilo no trabalho”, enfatizou.

Além do impacto ambiental, a iniciativa trouxe ganho social direto. Para boa parte dos 20 trabalhadores, a participação no Fasc representa complemento de renda e oportunidade de visibilidade profissional.

José Roberto dos Santos, trabalhará com resíduos recicláveis em todas as noites de festa, das 19h às 4h, garante que estará sempre utilizando os EPIs. Ele comenta que o projeto Coleta do Bem é um reconhecimento ao trabalho dos catadores. “A gente recolhe todo tipo de material, a noite inteira. Ajuda a dar destino aos resíduos e também gera uma renda extra”, afirmou.

O catador Paulo Moraes, que já foi proprietário de um ferro velho e, assim, já comercializa materiais recicláveis há mais de dez anos, planeja coletar 40 quilos de material no Fasc. “Trabalhar com equipamentos de segurança deixa a gente mais protegido, não se suja e não se machuca. É mil vezes melhor. É uma renda que ajuda muito, sempre”, garante Paulo, detalhando que as cooperativas estão pagando entre R$9 e R$10 por quilo de material.

Sobre o Fasc

O Festival de Artes de São Cristóvão consolidou-se desde a década de 1970 como um dos maiores encontros culturais do Nordeste, reunindo artistas locais e de diversas partes do país em múltiplas linguagens artísticas. Após um intervalo em 2005, o evento retornou em 2017, reafirmando o papel de São Cristóvão como um importante polo de produção e difusão cultural no Brasil.

Com palcos espalhados pelo Centro Histórico e também em diferentes bairros, o Fasc oferece uma vivência completa, que integra música, teatro, dança, literatura, artes visuais, cinema e outras expressões, celebrando a riqueza cultural da quarta cidade mais antiga do país.

O Fasc é apresentado pelo Ministério da Cultura, com realização da Prefeitura de São Cristóvão, por intermédio da Fundação Municipal do Patrimônio e da Cultura João Bebe Água (Fumpac) e do Encontro Sancristovense de Cultura Popular e Outras Artes (Escoa); Governo do Estado de Sergipe, através da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) e Governo do Brasil. O Festival conta ainda com patrocínio da Celi, Banco do Nordeste, Iguá Sergipe, Ecoparque Sergipe e Caixa. O apoio fica por conta da SE – Sistema Engenharia, Colortex Tintas, Unir Locações e Serviços e Vitória Transportes.

Fonte, Secom – Estado.

 

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