Senador sergipano já apresentou o plano de trabalho da Comissão Parlamentar

O Senado Federal instalou, nessa terça-feira (4), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar a estruturação, expansão e atuação do crime organizado no país, com foco em facções e milícias. A comissão foi proposta em fevereiro pelo senador Alessandro Vieira (MDB/SE), que agora foi eleito relator da CPI. O senador Fabiano Contarato (PT/ES) foi escolhido presidente do colegiado, e o senador Hamilton Mourão (Republicanos/RS) assumiu a vice-presidência.

A decisão de instalação ocorre após as operações policiais deflagradas no Rio de Janeiro no fim de outubro, que resultaram em mais de 120 mortos, reacendendo a urgência do debate sobre segurança pública e o fortalecimento das políticas de enfrentamento às organizações criminosas.

Durante a reunião de instalação, Alessandro Vieira defendeu que a CPI seja conduzida com rigor técnico e foco na apresentação de soluções concretas. “Há cerca de 40 dias, tivemos o assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo, Rui Ferraz, em plena via pública. Operações recentes no Rio de Janeiro, em São Paulo, na Bahia e no Ceará mostram o tamanho do problema. A discussão desta CPI é urgente para definir prioridades e construir consensos técnicos acima da disputa política”.

Vieira ressaltou que a CPI não pode repetir erros de comissões marcadas por disputas partidárias. “Há espaço para discurso e para política — isso é normal em uma democracia. Mas o Brasil espera de nós um trabalho sério. A CPI precisa dar ao país um diagnóstico claro do que funciona e do que não funciona em segurança pública. Não estamos aqui para palanque ou narrativa, e sim para prestar um serviço”.

Após ser eleito relator, Alessandro Vieira apresentou, ainda durante a sessão, o plano de trabalho da comissão e solicitou autorização para imediata análise dos primeiros requerimentos, garantindo celeridade ao início das investigações.

O plano prevê a realização de audiências com especialistas, autoridades da segurança pública, investigadores, operadores da lei e pesquisadores acadêmicos, além da sistematização de informações provenientes de diversos órgãos. O objetivo é mapear a cadeia de atuação das organizações criminosas, suas fontes de financiamento, infiltração em atividades econômicas legais, atuação territorial e rotas ilegais de armas e drogas.

“A atuação será guiada por evidências e pelo interesse público. Não haverá espaço para disputas partidárias ou motivação eleitoral. A CPI vai ouvir quem está na linha de frente do combate ao crime organizado e propor soluções viáveis para fortalecer o Estado brasileiro”, afirmou o relator. A CPI tem prazo inicial de 120 dias, prorrogável, e limite de despesas de R$ 30 mil, conforme o requerimento que formalizou sua criação.

Por Habacuque Villacorte da equipe CinformOnline.

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