
O Festival Sergipanidade foi encerrado neste domingo, 26, com a solenidade de abertura do projeto Sanfoneiras de Sergipe, realizada no Complexo Cultural Gonzagão, em Aracaju. O evento marcou o início de uma iniciativa inédita no estado, voltada à formação musical e ao empoderamento feminino por meio do ensino gratuito de sanfona. A ação é promovida pelo Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres (SPM) e Secretaria de Estado da Assistência Social (Seasic).
Com mais de 360 inscrições, o projeto atraiu mulheres de diferentes idades e histórias. Diante da grande procura, o número de vagas foi ampliado, contemplando 30 participantes nesta primeira turma. O curso, com duração de seis meses, será dividido em três turmas de dez alunas, com idade a partir dos 18 anos, e contará com aulas teóricas e práticas ministradas pelo músico Lucas Campelo, no próprio Complexo Gonzagão, a partir do dia 3 de novembro.
O presidente da Funcap, Gustavo Paixão, destacou o caráter simbólico do encerramento do Festival e o impacto do projeto. “Estamos encerrando o Festival Sergipanidade de uma maneira muito especial. Esse projeto vai exportar mulheres sanfoneiras para todo o Brasil, quem sabe para o mundo. Vamos ter a alegria de, no próximo São João, ver mais sanfoneiras no Arraiá do Povo e na Vila do Forró. Hoje, foi um ato simbólico de entrega, que marca o início de um novo ciclo de aprendizado e valorização da mulher na música”, afirmou.
Para a secretária de Estado de Políticas para as Mulheres, Danielle Garcia, o projeto representa um marco na luta por igualdade e representatividade na música. “O grande número de inscrições demonstra o entusiasmo e o interesse das mulheres em participar de uma iniciativa que une cultura, inclusão e protagonismo feminino. A sanfona, historicamente associada ao universo masculino, passa a ser instrumento de empoderamento, cidadania e transformação social”, ressaltou.
O professor e músico Lucas Campelo também comemorou a solenidade e adiantou o que será trabalhado nas aulas. “É um dia que vai ficar marcado na história. É um projeto inédito, e eu me orgulho muito de fazer parte, eu que vivo da sanfona. Vamos trabalhar teoria musical, prática e vivência com o forró através da força da mulher”, pontuou.
Alunas selecionadas
Dona Jusanira, que sonhava em aprender sanfona desde a infância, comemorou a oportunidade. “Desde criança que eu quero tocar. Minha primeira professora tocava sanfona, e eu me encantei com ela. Hoje, estou realizando esse sonho”, contou.
A venezuelana Luz Ribeiro, que mora em Aracaju, também foi contemplada e ressaltou o significado da iniciativa. “Acho muito importante essa abertura para as mulheres porque sempre vi mais homens tocando sanfona. Essa inclusão é linda. Estou muito feliz e agradecida por ter sido selecionada”, ressaltou.
Já Perla Leão, filha de um sanfoneiro baiano, vê nas aulas uma oportunidade de se reconectar com suas origens e trilhar um novo caminho profissional. “Estou muito feliz. Não sei tocar sanfona, mas quero aprender e seguir essa trajetória. Moro em Aracaju com meus pais adotivos, e descobri que meu pai biológico era sanfoneiro. Talvez essa vontade esteja no sangue. Agradeço muito por essa chance e espero um dia estar nos palcos de Aracaju tocando também”, declarou.
Festival Sergipanidade
O evento foi concebido como uma grande comemoração do mês dedicado à identidade, à história e aos saberes do povo sergipano. O evento oferece uma programação inteiramente gratuita, espalhada por diversos espaços culturais do estado.
A programação destaca a experiência coletiva, valorizando debates, exposições, rodas de conversa, apresentações artísticas de dança, circo e teatro, lançamentos de livros e homenagens a personalidades e patrimônios vivos culturais.
Fonte, Secom – Estado.
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