
Participar de um intercâmbio internacional é o sonho de todo adolescente, especialmente na faixa etária de 14 a 17 anos. É uma experiência transformadora, uma oportunidade única de crescimento pessoal e acadêmico. Esse é o foco do programa de internacionalização da educação básica, o ‘Sergipe no Mundo’, iniciativa do Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), que, na edição de 2025, embarcou 100 estudantes de todo o estado para sete países: Inglaterra, Espanha, Irlanda, Canadá, Estados Unidos, França e Austrália.
Entre embarques e desembarques, 80 estudantes já viveram essa experiência este ano: 10 em San Diego (EUA), 10 em Vancouver (Canadá), 10 em Lyon (França); 10 em Brighton e 10 Cambridge (Inglaterra), 10 em Málaga e 10 em Sevilha (Espanha), e mais 10 em Waterford (Irlanda). No momento, 20 estão em imersão, sendo 10 na cidade de Cork, na Irlanda, e 10 em Canberra, na Austrália.
Angelina Santos Paiva é estudante do Centro de Excelência Vitória de Santa Maria e intercambista na cidade de Canberra, na Austrália. Para ela, tudo é diferente e surpreendente. A imersão é uma das melhores maneiras de aprender e aprimorar o inglês.
“Praticamos o inglês de forma integral: na escola, nas atividades culturais, na host family, ao percorrer a cidade, nas placas, no transporte. Tudo é aprendizado e isso contribui muito. É tudo novo e transformador”, comenta a jovem, que pretende ser médica veterinária.
Angelina conta que o intercâmbio está sendo uma experiência de muito aprendizado, maturidade e independência. “É tudo diferente. Estar na Austrália está abrindo minha visão de mundo e de futuro. O programa Sergipe no Mundo representa, para mim, o começo de muitas viagens que posso fazer na minha vida. Ele já tem transformado minha vida e espero um mundo de mais possibilidades de estudos e aperfeiçoamento do inglês. São experiências únicas para a nossa vida como morar na host family, usar o transporte daqui, educação financeira e muito mais. Me vejo daqui a 10 anos retornando como médica veterinária”, garante.
O intercâmbio internacional oferece ao estudante o aprimoramento em uma cultura diferente, aprendendo um novo idioma e fazendo amigos de todo o mundo. Dentre os benefícios está do desenvolvimento pessoal e amplitude do repertório histórico e cultural. Ajuda também a desenvolver habilidades importantes como independência, resiliência e adaptabilidade. A imersão em um país de língua diferente é uma das melhores maneiras de aprender um novo idioma. Até o clima é um aspecto desafiador e, ao mesmo tempo, uma experiência diferente.
“O intercâmbio está sendo uma experiência extraordinária, com certeza transformadora e me dando uma nova visão de mundo. A experiência com a host está sendo bem diferente porque eles falam inglês e, quando não entendemos, rola até uma mímica para nos ajudar. Ela nos auxilia. Com certeza é uma grande experiência e viver com a nova família está sendo transformadora, muito especial. O transporte público aqui onde moro é um pouco longe da escola e virou meu cotidiano. Está sendo desafiador. O clima é bom, estamos no outono e está fazendo um friozinho. Não estou acostumada mas dá para ficar confortável. Tem dias que dá para sair com um moletom, mas tem dias que tem que agasalhar mais. É muito diferente”, afirma Letícia da Silva Menezes, aluna do Colégio Estadual Ivo do Prado, em Aracaju, intercambista em Cork, na Irlanda.
Anthony Gabriel é do Centro de Excelência Governador Lourival Batista, de Porto da Folha, e também está na Irlanda. Ele conta como é o novo cotidiano em um lugar de clima, cultura e idioma completamente diferentes.
“Minha experiência no intercâmbio está muito boa, algo completamente diferente, uma experiência única. Abriu minha mente em vários aspectos, superou minhas expectativas (que já eram altas). Minha host family é muito boa, eles sempre perguntam se precisamos de alguma coisa, se tem roupa para lavar, eles deixam o ambiente muito agradável e nos deixam a vontade. Sobre transporte, a primeira vez que andei de trem foi aqui e, todo dia, pego um trem para ir à escola. Já acostumei. O clima da Irlanda é frio mas é bem agradável. Me adaptei bem, mas foi difícil. O Sergipe no Mundo representa um novo jeito de olhar a vida. Abriu meus olhos. Antes eu achava que era impossível conseguir fazer um intercâmbio porque achava muito complicado. Hoje percebo que, se qualquer pessoa se esforçar, ela consegue. O intercâmbio abriu minha mente e meus olhos para tentar novas oportunidades na minha vida”, relata o jovem.
Yanysson Felipe, do Centro de Excelência Epifânio Dória, de Poço Verde, conta que tudo é novidade e que a experiência é única. “Tudo é novo para mim. Estou tendo uma vivência muito boa com minha host family e a comida é ótima. O uso do transporte público é muito diferente no Brasil. Chega a ser engraçado porque nunca usei no Brasil. Minha cidade é muito pequena, tudo é bastante perto e sempre faço tudo a pé. Na Irlanda aprendi a usar o transporte, a usar o ticket, vou de trem para a escola, aprendi o tempo de espera na estação e no percurso. O clima é muito frio e tive que me adequar. Vim preparado. O ‘Sergipe no Mundo’ é uma experiência de muito aprendizado e que vai marcar a minha vida”, pontuou Yanysson.
Para os alunos da rede pública estadual de ensino, o programa Sergipe no Mundo pode ser uma oportunidade de romper barreiras e alcançar objetivos e sonhos. A experiência de intercâmbio pode ajudar a desenvolver habilidades que são valiosas tanto na vida acadêmica quanto profissional. É uma criação de memórias e de perspectivas para o futuro, segundo a estudante Ludmyla Eshley, do Colégio Estadual Prefeito Anfilofio Fernandes Viana, de Umbaúba, que vive a experiência em Canberra, na Austrália.
“Nunca pensei em fazer um intercâmbio e que nem estaria agora na Austrália. Mas sempre quis conhecer o mundo. Estar aqui hoje talvez seja a primeira resposta de algo que vem mais à frente e a abertura de oportunidades, novas conquistas e novos caminhos. Nunca passei tanto tempo longe de casa e da minha família. Hoje, os amigos que fiz aqui e a host family viraram minha família. Tudo é novo e diferente. A maturidade a independência provaram que sou capaz de fazer muitas coisas. E o intercâmbio também tem esse papel. Quero voltar e trazer minha família para conhecer”, afirmou Eshley, emocionada.
Além fronteiras
Idealizado pelo Governo de Sergipe, por meio da Seed, o ‘Sergipe no Mundo’ foi instituído pelas Leis nº 9.040/2022 e nº 9.060/2025, criando a política de internacionalização da educação pública do Estado de Sergipe. As atividades contemplam o intercâmbio para estudantes, a formação de professores e o estudo bilíngue, por meio do Centro Estadual de Idiomas, que funciona na sede da Aliança Francesa, em Aracaju, com polos nas nove diretorias regionais de educação.
Para a edição de 2025 foram investidos R$ 5.898.072,50, desde a contratação da empresa responsável, entrega de kits de viagens a todos os jovens, emissão de documentos e vistos, além de uma bolsa de manutenção equivalente a R$ 1.000 à moeda do país de destino, apoio financeiro de R$ 1.100 antes da viagem e acompanhamento psicossocial do Programa Acolher. Nesta edição, eles também receberam um celular doado pela Receita Federal, frutos de apreensões da instituição.
Cada país destino, um fiscal da Seed acompanha o cotidiano nas escolas, as hosts families, dialoga com as famílias e fica bem perto dos estudantes para que tudo transcorra em plenitude. A professora Eliane Passos, diretora do Departamento de Apoio ao Sistema Educacional da Seed e coordenadora do programa Sergipe no Mundo, acompanha de perto todo o processo desde a concepção do programa até a imersão dos estudantes. Em Canberra, na Austrália, ela dialogou com hosts families, dialogou com professores e verificou in loco todo acolhimento dado aos estudantes sergipanos.
“Todo esse acompanhamento é necessário para dar tranquilidade às famílias que confiam no nosso trabalho. Os filhos estão muito bem adaptados e voltam com o coração transformados de muito conhecimento. São cidadãos do mundo. A Seed tem todo esse acompanhamento para que tudo aconteça de forma perfeita e que supere as expectativas. Também temos o suporte do programa Acolher nessa assistência”, explica a diretora.
Ainda segundo a gestora, o ‘Sergipe no Mundo’ é mais que um programa de internacionalização. “Ele também perpassa pelo viés social. Dialoga com a formação do estudante enquanto cidadão. Levamos também a educação financeira, responsabilidades, cidadania e respeito”, destaca.
Fonte, Secom – Estado.