A polêmica proposta defendida pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, de acabar com a obrigatoriedade das autoescolas no processo para que os brasileiros possam obter a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) é absurda, ainda mais considerando que nossos condutores estão conduzindo seus veículos com falta de zelo e pouca responsabilidade, culminando com diversos registros nas rodovias pelo País. Em Sergipe, por exemplo, a cada fim de semana tragédias se repetem, seja na capital, seja pelo interior.

Aqui no Estado, por exemplo, os acidentes acontecem nas rodovias federais (BR-101 inacabada e BR-235 estrangulada) e nas rodovias estaduais, muitas delas sem a devida sinalização, completamente esburacadas, com iluminação prejudicada, estreitas e sem acostamento. Não custa registrar que algumas colisões ocorrem ainda por conta de animais que ficam esquecidos nas margens das pistas, por seus cuidadores que não têm a devida responsabilidade.

Além disso, os movimentos organizados das Autoescolas e dos Centros de Formação de Condutores já externaram suas preocupações com o fechamento de inúmeros postos de trabalho com o término da obrigatoriedade, deixando vários trabalhadores sem renda nos próximos anos. O governo federal, através do Ministério dos Transporte, “justifica” a medida alegando que com o fim da obrigatoriedade os preços das Carteiras de Habilitação ficariam bem mais acessíveis ao consumidor.

O problema é que nossa sociedade, de uma forma geral, mesmo com as aulas de autoescola, já não é “disciplinada” no trânsito, e os acidentes se acumulam com o passar dos anos e a “solução” de acabar com a obrigatoriedade das autoescolas é bastante temerosa e muitas vidas podem ser ceifadas dentro das cidades e/ou nas rodovias por motoristas irresponsáveis e, muitas vezes, sem preparo, sem educação, sem as mínimas condições de conduzirem um veículo automotivo.

Historicamente, o processo para obtenção de uma Carteira Nacional de Habilitação sempre ganha um “contexto político e eleitoral”, com registros de candidatos que sempre conseguem “cooptar” eleitores “financiando” CNHs. Imaginem como seria esse “mercado” em anos eleitorais, sem a obrigatoriedade de se buscar uma autoescola ou um curso de formação? Estamos falando de vidas, de idosos, crianças, pessoas com deficiência e adultos em geral que ficarão expostos a um trânsito ainda mais violento.

Sem contar que estamos falando na diminuição de receitas por parte de vários municípios brasileiros que dependem da arrecadação de ICMS e ISS. Melhor nem falar no impacto no SUS, já “sufocado”, com tanta demanda de acidentes a todo momento. É sim uma pauta de interesse público e, se a intenção do governo federal é baratear os serviços prestados pelos Detrans, que tal subsidiar com uma parte dos valores das Carteiras de Habilitação sem pôr fim à obrigatoriedade das autoescolas?

Por Habacuquqe Villacorte da equipe CinformOnline.

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