A mudança na Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), com a chegada do baiano Sidônio Palmeira, já começa a fazer efeito quando o governo Lula direciona todas as suas atenções para a reeleição em 2026, ou seja, o marketing da gestão passou a atuar com o viés político, já sinalizando os cenários que teremos no próximo ano. Do ponto de vista administrativo, o petista não atravessa um bom momento, sobretudo de baixa popularidade.

Há uma “guerra fria” com o Congresso Nacional, que vez ou outra se inflama e declara independência, e uma “guerra institucionalizada” com o governo norte-americano de Donald Trump. Deputados e senadores impuseram a Lula, recentemente, uma de suas mais vexatórias derrotas da história com a derrubada do decreto presidencial que aumentou o IOF. De um lado um Legislativo que diz não existir espaço para mais impostos no Brasil; do outro o Executivo dizendo “taxar super-ricos”…

Ao impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, sob alegações comerciais e com o discurso de defesa da democracia e das liberdades por conta das perseguições ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Donald Trump respondeu o movimento dos BRICS devem atuar pelo livre comércio, inclusive com o uso de uma moeda própria, deixando a necessidade de seguir com o dólar em suas relações comerciais com outras Nações do Mundo.

Lula reagiu à interferência de Trump em solo brasileiro e ameaçou retaliar a pressão dos Estados Unidos da mesma forma, nos mesmos moldes com os produtos que forem exportados de lá para cá! Se a nossa economia suportará este embate, este será tema de outro comentário mais adiante, quando a gente terá uma percepção mais clara de como o mercado nacional vai se comportar em meio a tanta instabilidade política e econômica em nosso País.

Mas o “marketing político” que tomou conta da Secom agiu rápido e, tentando tirar proveito da situação, atribuiu a Jair Bolsonaro e à Direita do Brasil a narrativa de que os impactos das tarifas de Trump, que vão prejudicar a sociedade brasileira, teria sido fruto de um movimento eleitoral de olho em 2026. O governo Lula criou a falsa impressão, também, que o nosso País tem condições de ir para o embate, de igual para igual, com os Estados Unidos, narrativa que agradou uma parcela da população.

Tudo dentro de uma estratégia de marketing “orquestrada” por Sidônio de jogar o povo brasileiro contra o Congresso Nacional e a oposição. É como se fosse uma “camuflagem” para esconder os diversos problemas que o nosso País atravessa, além das promessas não cumpridas pelo governo do PT. O “confronto” com os americanos será prejudicial para a nossa já “cambaleante” economia e, além dos juros altos, teremos que conviver com mais inflação e, possivelmente, uma nova “onda” de desemprego.

É evidente que o governo tentará tirar proveito da situação, se defendendo, jogando essa “conta” no Congresso e na oposição; faz parte do jogo político! Mas um fato chama bastante a atenção: nesta disputa entre situação e oposição, entre Brasil e Estados Unidos, os reflexos diretos já são sentidos nas relações de trabalho entre empregadores e empregados. O discurso de taxar os “super-ricos” está sendo absorvido de uma forma negativa e até perigosa, criando um “abismo” ainda maior entre as classes…

Em síntese, não importa se o cidadão é um grande empresário bem-sucedido ou um médio ou pequeno empreendedor. Esta disputa política, essa instabilidade que o País atravessa, inflada pelo marketing político da Secom da Presidência da República, está dividindo ainda mais os empregadores dos seus funcionários. O empresário não é bandido e nem é criminoso! Ele gera emprego e renda e paga impostos por isso também!

O momento é de crise econômica e que precisa de um pouco de união, de estabilidade e, principalmente, de diálogo. Não vamos ganhar muita coisa nesta “guerra de narrativas” entre governistas e o governo americano. Do ponto de vista eleitoral a postura do presidente Lula pode ser assertiva, com o discurso de defesa da soberania, mas o histórico é de que a “corda sempre rompe do lado mais fraco”! E todos sabemos, situação e oposição, quem será o maior prejudicado na prática…

Por Habacuque Villacorte da equipe CinformOnline.

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