Aneel confirmou bandeira tarifária vermelha 2 em outubro
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a bandeira tarifária de outubro também será vermelha em patamar 2 e que o valor cobrado nas contas de luz já virá reajustado para R$ 5 a cada 100 kWh de energia consumidos. A bandeira vermelha patamar 2 já vigorou durante os meses de agosto e setembro, mas com valor menor: R$ 3,50 a cada 100 kWh consumidos. O aumento, de 42,8%, foi aprovado pela Aneel.
A justificativa para o reajuste foi que a falta de chuvas e a situação delicada dos reservatórios das hidrelétricas vêm exigindo o uso maior de energia das termelétricas (usinas que geram eletricidade mais cara), mas o fundo formado pelos recursos das bandeiras tarifárias não vinha sendo suficiente para cobrir o custo extra do setor.
Segundo a Aneel, “não houve evolução na situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas em relação ao mês anterior e, ainda que não haja risco de desabastecimento de energia elétrica, é preciso reforçar as ações relacionadas ao uso consciente e combate ao desperdício”.
Medidas de economia
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado para sinalizar aos consumidores o custo da produção de energia no país. O objetivo é permitir que os consumidores adotem medidas de economia para evitar que suas contas de luz fiquem mais caras nos momentos em que esse custo está em alta.
Com os reservatórios das usinas hidrelétricas cada vez mais baixos, por causa da estiagem, o sistema elétrico depende cada vez mais de usinas térmicas, que geram energia mais cara pois funcionam por meio da queima de combustíveis.
“Em tempo de crise esse aumento é um absurdo. Claro que precisamos ter consciência e economizar sempre mas ninguém está com dinheiro sobrando para pagar a tarifa de energia que não é baixa, ainda maior”, desabafa a professora Zuleide Santana.
Novos valores
A Aneel elevou de R$ 3,50 para R$ 5 a taxa extra cobrada com o acionamento da bandeira vermelha patamar 2. A agência reguladora manteve em R$ 3 o valor do patamar 1 da bandeira vermelha. Já a taxa da bandeira amarela caiu pela metade, de R$ 2 para R$ 1 a cada 100 kWh.
Além de mudar os valores, a Aneel também alterou o mecanismo de acionamento das bandeiras. Além do custo da energia da usina térmica mais cara, a mudança de cor também levará em consideração o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
A alteração foi proposta depois que a Aneel verificou que os atuais valores não têm sido suficientes para pagar pelo custo extra de geração da energia com o uso mais intenso de termelétricas.