Nesta quinta-feira, 20, a equipe técnica da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) esteve em uma aldeia indígena da etnia Fulkaxó, no município de Neópolis, no intuito de verificar a adequação da área para futuras ações de compensação ambiental e doação de mudas para usos diversos. O objetivo é que a aldeia e a comunidade sejam beneficiadas com o reflorestamento e a recuperação da biodiversidade do bioma de Mata Atlântica.

O licenciamento de empreendimentos de significativo impacto ambiental é sempre condicionado à realização de ações de compensação ambiental, conforme previsto nas Leis Federais 11.428/2006 e 12.651/2012. O corte ou a supressão de vegetação do Bioma Mata Atlântica devem ser compensados na forma de destinação da área equivalente à extensão da área desmatada, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica e, sempre que possível, na mesma microbacia hidrográfica.

O engenheiro florestal da Adema, Aijalon Santos, destaca que, nos locais onde for possível plantar espécies para uso indígena, serão avaliados os melhores espaços, seja para uso medicinal, cercamento da propriedade ou cerimônias. “Viemos à aldeia para verificar possíveis áreas para destinação de ações de compensação ambiental, mas também outras ações que possibilitem que a comunidade possa usufruir. Já verificamos algumas áreas abertas, onde é importante ser feito o plantio e reflorestamento”, salienta.

Segundo a engenheira florestal da Adema Jéssica Sá, as espécies que devem ser priorizadas nas doações de muda para replantio devem ser nativas. “Por se tratar de uma região de Mata Atlântica, devem ser priorizadas algumas das espécies deste bioma, como cedro, angico e aroeira”, afirma.

Na reserva, a equipe foi recebida pelo pajé Soyré, que destacou a importância dessa parceria para a aldeia e se mostrou receptivo à proposta, juntamente com sua comunidade. “O índio é mata. Quanto mais está na mata, maior é o prazer que ele tem. Então, esse vai ser o prazer de receber essas mudas, para replantar o que estiver precisando replantar”, pontua.  A liderança indígena também destacou a importância das mudas para uso medicinal. “Precisamos muito para fazer os nossos trabalhos e ajudar quem vier nos procurar, fazendo remédios e preparando tratamentos”, conta o pajé.

A etnia Fulkaxó é formada pela união dos Fulni-ô de Pernambuco; os Kariri de Alagoas; e os Xocós, de Sergipe. Dezenas de famílias vivem na reserva indígena de 45 hectares, situada entre os municípios de Neópolis e Pacatuba – a primeira de Sergipe, reconhecida pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e oficializada pelo governo do Estado em 2024. Antes, a comunidade vivia em Porto Real do Colégio. Na localidade, utiliza diversos tipos de plantas, essenciais para a saúde e para a sua cultura, como aroeira, barbatimão, angico e quina quina.

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