Cinco meses após o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes, a Anistia Internacional afirma que as investigações sobre o crime não podem ser negligenciadas devido ao início das campanhas eleitorais. A organização não governamental informou que na manhã desta terça-feira (14), irá protocolar um oficio junto à Secretaria de Segurança Pública do Rio exigindo respostas sobre o crime.
“Cinco meses depois do assassinato de Marielle Franco ainda não temos respostas sobre quem a matou. É grave que se inicie um processo eleitoral sem que se descubra quem são os responsáveis pelo assassinato de uma vereadora em pleno exercício de seu mandato e quais foram as motivações. O início do período de campanha eleitoral levanta a preocupação de que o caso seja negligenciado”, afirma Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional.
Para a Anistia Internacional, a solução dos assassinatos é muito importante para romper o “ciclo de impunidade e violência” contra os defensores dos direitos humanos.
“No Brasil, dezenas de defensores de direitos humanos são assassinados todos os anos. A grande maioria destes crimes não é investigada. A resolução correta desse caso é fundamental para que se rompa um ciclo de impunidade e violência contra defensores de direitos humanos no Brasil”, acrescenta a diretora.
Ainda segundo a organização não governamental, a falta de uma resposta contundente do Estado brasileiro sobre os assassinatos “é muito preocupante e deixa outros defensores de direitos humanos expostos a maior risco, gerando medo e silenciamento”.
A vereadora Marielle Franco (PSol) e o seu motorista, Anderson Pedro Gomes, foram mortos a tiros dentro de um carro no dia 14 de março deste ano, na região central da capital fluminense.