Na comunidade Lagoa do Roçado, em Monte Alegre, alto sertão sergipano, Alcides Ferreira Santos, 57 anos, celebra o fim de uma colheita promissora. Beneficiado pelo programa Sementes do Futuro, do Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), ele e sua família garantiram uma produção que sustenta a alimentação e a segurança da propriedade durante todo o ano.

Com o apoio do programa, o campo sergipano se mantém resiliente, fortalecendo tanto a economia rural quanto a identidade e tradição dos agricultores. Em 2024, Alcides recebeu sementes de milho certificadas, que foram um diferencial no cultivo. Segundo ele, a variedade Cruzeta trouxe resultados expressivos em curto período.

“Foi a primeira vez que recebi esse tipo de semente. Em apenas 45 dias as espigas começaram a aparecer, e em 60 dias já estávamos colhendo milho verde. O outro milho que uso, o crioulo, leva cerca de 90 dias, mas esse resultado foi surpreendente”, relatou Alcides. Ele e sua esposa mantêm uma propriedade de 2,5 hectares, onde produzem milho, feijão, fava, abóbora e hortaliças, tudo de forma orgânica.

Este ano, a produção de Alcides chegou a 10 sacas de milho por tarefa plantada, superando as colheitas habituais. “Foi uma colheita excelente, maior do que eu esperava. Colhemos no início de novembro e guardamos tudo. Esse milho alimenta nossa família e os animais durante o ano todo, sem necessidade de comprar ração ou milho no mercado”, explicou o agricultor.

Além disso, Alcides mantém uma parte da colheita reservada para plantios futuros. “Não dependemos totalmente do governo. Guardamos nossas sementes para garantir o plantio”, disse.

Tecnologia e sustentabilidade no campo

Por meio do programa Sementes do Futuro, o Governo do Estado distribuiu 206 toneladas de sementes de milho para 20.600 famílias em 50 municípios sergipanos em 2024. Em Monte Alegre, 1.100 produtores foram contemplados, recebendo um total de 11 mil quilos de sementes.

Para Alcides, o maior benefício da variedade Cruzeta foi a precocidade. “Com o milho crioulo, que leva 90 dias, o risco de perder a colheita é maior devido à irregularidade das chuvas. O Cruzeta amadurece em 60 dias, garantindo mais produtividade no nosso semiárido”, explicou.

A produção deste ano foi suficiente para Alcides alimentar sua família e pequenos animais, como galinhas. O excedente foi armazenado para garantir segurança alimentar nos próximos meses. O agricultor também participa de uma rede de troca de sementes na comunidade, incentivando os vizinhos a manterem bancos de sementes próprios. “Conversamos bastante sobre as melhores sementes e práticas de cultivo. Essa troca é importante para todos nós, principalmente quando enfrentamos período de poucas chuvas”, afirmou.

Incentivo técnico e apoio governamental

Segundo o chefe do escritório da Emdagro em Monte Alegre, Vagner Lapa, o programa Sementes do Futuro trouxe sementes adaptadas ao clima semiárido com excelente produtividade. “A vantagem é que ele traz uma semente adaptada ao semiárido, precoce ou superprecoce. É uma variedade diferente das que as grandes empresas costumam oferecer, como as transgênicas. Essa aqui apresentou uma precocidade muito boa comparada a outras sementes já distribuídas pelo programa. Todos os produtores que visitei acharam essa semente excelente. Eles plantaram na mesma época e o resultado foi melhor, com um ciclo mais rápido e produção superior”, relatou.

Ele explicou que as equipes visitam os produtores regularmente, garantindo orientações sobre o manejo correto das culturas. De acordo com ele, a assistência técnica é fundamental para o sucesso das plantações e para garantir a melhor produtividade possível. “A tecnologia está na semente. Ela é desenvolvida para o nosso clima. A grande vantagem é que as sementes de variedade podem ser replantadas e manter a produtividade. Diferente das híbridas, que só garantem uma boa colheita na primeira geração, as sementes de variedade continuam produtivas por vários ciclos. Isso é fundamental para os pequenos produtores que precisam guardar sementes para futuras plantações”, pontuou.

Vagner Lapa enfatizou a relevância de sementes precoces no contexto do semiárido, onde o período de chuvas é curto e irregular. Ele afirmou que, com sementes como a Cruzeta, os agricultores podem garantir boas colheitas mesmo em condições climáticas adversas, já que o ciclo reduzido minimiza os riscos associados à falta de chuvas durante o enchimento dos grãos.

Para o agricultor Alcides, o programa representa mais do que uma colheita abundante. É uma garantia de resiliência no semiárido. “Esse incentivo do governo nos dá segurança para continuar, mesmo com as adversidades climáticas. Espero que o programa siga em frente e beneficie ainda mais famílias”, concluiu.

Fonte, Secom – Estado.

 

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