A morte de uma jovem de apenas 19 anos, em São Paulo, chamou a atenção da sociedade, especialmente as mulheres. O atestado de óbito apontou a causa como a ruptura do fundo de saco de Douglas, com extensão à parede vaginal esquerda, após um encontro. A vítima sofreu quatro paradas cardiorrespiratórias e sangramento vaginal.
Mas afinal, o que é o saco de Douglas e quais são os riscos de sua ruptura? O Dr. Kelso Passos, especialista em ginecologia e obstetrícia, explica que é um espaço peritoneal localizado entre o útero e o reto, sem uma função específica. Ele pode ser afetado por diversas condições, como doença inflamatória pélvica, traumatismos e até mesmo sangramento menstrual retrógrado.
Dr Kelso Passos orienta as mulheres sobre medidas de prevenção
O médico alerta que a ruptura espontânea é raríssima e geralmente está associada a traumas, impaludismo (introdução de objetos) ou doenças do colágeno que enfraqueçam a parede vaginal. A ruptura é uma situação grave, que causa uma dor intensa e contínua, e volumoso sangramento, caracterizando um quadro de emergência, podendo inclusive levar à morte.
“Ele pode ser acometido por doença inflamatória pélvica, coletando pus nos casos de abcesso tubo-ovariano, pode coletar sangue em algumas situações como nos casos de prenhez ectópica rôta, traumatismo abdominais por pancadas fortes ou espancamento, arma branca ou arma de fogo. Esta região também costuma coletar líquido no período ovulatório da mulher, o qual é reabsorvido espontaneamente”, explica.
Para prevenir rupturas, Dr. Kelso sugere medidas preventivas, como evitar a introdução de objetos durante a relação sexual e realizar exames de colposcopia e ultrassom transvaginal periodicamente. O conhecimento e a adoção dessas práticas de autocuidado são essenciais para a saúde ginecológica e o bem-estar das mulheres.
A saúde sexual é um aspecto crucial da vida de uma mulher, e a adoção de práticas de autocuidado, aliada ao diálogo aberto com profissionais de saúde, contribui para um ambiente mais seguro e saudável. “Essencial para uma relação sexual saudável é o consentimento e o desejo feminino”, conclui.