O Centro de Referência no Atendimento Infantojuvenil (CRAI) completou um ano de funcionamento em Sergipe nesta quarta-feira (6). Este é um espaço dedicado ao atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual de todos os municípios do Estado. Sua existência é fruto de uma ação conjunta do Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), Ministério Público de Sergipe (MPSE) e da Justiça do Trabalho, que destinaram recursos judiciais provenientes de indenização por dano moral coletivo, para a construção do Centro em área anexa à Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), em Aracaju.
Antes da implementação do CRAI em Sergipe, não havia articulação entre os órgãos envolvidos. Os serviços médicos de atendimento a esse público funcionavam na MNSL desde 2004, e a assistência era voltada apenas à saúde física, como prevenção às infecções sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada. A instalação do espaço foi pensada tanto para evitar a revitimização, quanto para que o atendimento se tornasse integral e mais completo. Atualmente, serviços de saúde física e mental são ofertados gratuitamente. O espaço permite a alocação de salas específicas para registro de BO, acolhimento biopsicossocial e atendimento ginecológico.
Este ano, mais de 4.800 atendimentos foram ofertados a crianças e adolescentes. Um aumento expressivo em comparação ao ano passado, quando a unidade registrou pouco mais de 3.300 atendimentos. Na unidade, é possível registrar boletim de ocorrência policial e perícia médica, além de passar por avaliação clínica até o encaminhamento para o tratamento terapêutico na rede de saúde do município de origem.
Segundo o Procurador do Trabalho Emerson Albuquerque Resende, coordenador do projeto ao lado da Procuradora de Justiça Maria Lilian Carvalho, a mudança promoveu humanização. “O CRAI Sergipe transformou o atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Hoje, há maior humanização e agilidade no atendimento, por isso, o MPT sente-se honrado em fazer parte da história de implementação”, afirma.
Sentimento compartilhado também pela Promotora de Justiça Lilian Carvalho, que acompanhou todo o processo até que o CRAI se tornasse uma realidade. “Foi uma caminhada de longos anos. Esse modelo que nós temos aqui, em Aracaju, era um desejo da rede de proteção às crianças e adolescentes sonhado desde 2003. Sempre fazíamos tentativas, mas esbarrávamos em questões de recursos, de espaço e funcionamento, até que convidamos o MPT-SE a conhecer o projeto. Depois de uma intensa mobilização e construção coletiva, foi criado esse espaço para atender às vítimas de violência sexual”, destaca a Promotora.
O CRAI Sergipe é o primeiro da região Norte/Nordeste e seu objetivo é trazer cada vez mais articulação e integração das ações de atendimento e prevenção para o público infantojuvenil. “O MPT e o MPSE fortalecem o CRAI desde a sua criação. As doações de equipamentos e brinquedos, além da assistência garantida aos profissionais, fortalecem grandiosamente esse serviço na sociedade sergipana. São órgãos que enxergam as nossas crianças como vulneráveis sociais, e colaboram para que danos psicológicos, emocionais e físicos enfrentados sejam reparados”, ressalta Lourivânia Prado, coordenadora do CRAI-SE.
Fonte, Ascom, PRT20.