Um descuido pode ser o suficiente para cair em uma armadilha na internet. E os artifícios utilizados pelos golpistas são vastos, mas têm em comum o objetivo de atingir computadores e dispositivos de informática para obter dinheiro. Para atingir esse propósito, os criminosos da internet aplicam golpes como investimentos com rendimentos muito vantajosos e avisos de compra de valores altíssimos em cartões de crédito.
Para evitar ser vítima desses crimes, a prevenção é primordial, conforme destacou a delegada Maria Pureza, da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC). “A prevenção, na verdade, é a forma mais eficaz para se proteger do crime cibernético. Estar sempre com as atualizações de software [como o sistema operacional Windows, Android, iOS, Mac OS], além de estar com um antivírus forte e atual”, recomendou.
Além de manter os sistemas operacionais e demais softwares atualizados, a delegada orienta ainda a utilização de senhas que não sejam facilmente obtidas pelos golpistas. “Esteja sempre com senhas fortes, para evitar que sejam quebradas. E sempre procure não clicar em links que recebe por e-mails e mensagens. Esses clicks podem permitir a instalação de vírus no seu celular ou computador”, acrescentou.
Também é fundamental que a vítima faça a rápida comunicação do crime. “Em se tratando de crime de fraude bancária, a vítima deve se comunicar com o banco. Se ela tem o aplicativo do banco, ela deve primeiro errar de forma proposital a senha do aplicativo para que seja feito o bloqueio. Depois, a vítima deve se dirigir ao banco para trocar as credenciais. Em seguida, procurar a delegacia para registrar a ocorrência”, orientou Maria Pureza.
A delegada reforçou que é importante relembrar que ofertas muito vantajosas são indícios de crimes. “’Não existe almoço grátis’, ou seja, essas promessas de altíssima rentabilidade em investimentos ou PIX, com sites patrocinados que levam a conversas de WhatsApp, não são seguros. São indícios de golpes. Para se proteger, não acredite em vantagens fora da realidade e não passe informações em redes sociais”, direcionou.
Prints como prova
Maria Pureza relembrou que, com o advento da Lei nº 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime, novos elementos podem subsidiar as investigações dessas investidas criminosas no ambiente da internet. “Os prints podem sim ser legitimados como prova, mas existem requisitos que devem ser observados, desde a coleta do print até a sua custódia e manuseio. O print tem que ser validado para que se tenha a garantia de que ele não foi adulterado”, ressaltou.
Para validar esse print, a vítima pode comparecer a uma delegacia ou a um cartório. “Na presença do escrivão, que tem fé pública, é possível mostrar o celular, o notebook ou o e-mail. O escrivão vai coletar aquelas informações e certificar que aqueles dados são verdadeiros. A vítima pode se dirigir também ao cartório, onde o tabelião, que também tem fé pública, vai expedir uma ata notarial ratificando as informações”, indicou a delegada.
Denúncia
É fundamental que as vítimas de crimes praticados com o uso da internet procurem uma delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Com as informações fornecidas pelas vítimas, a Polícia Civil inicia as investigações que podem resultar na identificação e prisão dos golpistas. Informações e denúncias também podem ser repassadas de forma sigilosa pelo Disque-Denúncia (181).
Fonte: Agência Estado de Notícias