Duas pessoas já morreram eletrocutadas este ano pelo
descaso na manutenção com a rede elétrica
Postes de energia instalados de forma irregular e fios de alta tensão caídos colocam em risco a vida da população sergipana. O CINFORM flagrou fios caídos em diversas regiões de Aracaju, fios do mesmo tipo que causaram a morte de Jailton Veríssimo Cardoso Júnior (39), em fevereiro deste ano, e de Erica Soares dos Santos (22), em janeiro. Além disso, postes colocados em vias públicas colocam em risco motoristas e pedestres.
Erica Soares dos Santos participava de um passeio na Lagoa Redonda, em Pirambu, quando pisou em um cabo de energia que estava encoberto pela areia e recebeu uma forte descarga elétrica. Poucos dias depois o dono do Bar do Galego, na Barra dos Coqueiros, tentou tirar os fios de alta tensão que caíram sobre o seu carro, quando também recebeu uma descarga. Ambos morreram no local.
Os dois casos levantaram uma preocupação na população sobre os fios de energia caídos nas ruas. A estudante Joana Albuquerque conta que após as mortes registradas este ano ela ficou com mais medo dos fios caídos. “Sempre que eu vejo fios na rua fico com medo de levar um choque ou até mesmo morrer, principalmente depois que essas mortes foram registradas. Ainda mais quando chove”, comenta.
EXPLICAÇÕES
Através de sua assessoria de comunicação, a Energisa, empresa responsável pelo fornecimento de energia na maior parte do estado – inclusive na capital –, informou ao CINFORM que manutenções são realizadas em toda a rede, mas que, por ser uma rede aérea, ela está “sujeita a uma série de interferências, a exemplo de chuvas, animais, colisões de veículos em postes, raios, ventos fortes, objetos estranhos, vandalismo, pipas, etc.”.
Um risco aos que transitam por algumas vias, sejam pedestres ou motoristas, são os postes colocados fora das calçadas. Além do desabamento do próprio poste devido a uma colisão, outro risco aos que trafegam pelo local em que um poste está instalado em locais irregulares é o de um acidente, quando um veículo tenta desviar desses postes. A equipe do CINFORM flagrou um desses postes ao lado de uma grande loja de departamentos na Avenida Quirino, em Aracaju.
Segundo a Energisa, “caso haja alteração no arruamento, os postes devem ser realocados”. Mas o que vemos ali é que a via, muito utilizada por moradores dos condomínios próximos, caminhoneiros de uma distribuidora de hortifruti e da própria loja, foi até mesmo asfaltada, mas o poste segue no mesmo lugar, dividindo a via com os motoristas.
Para o caminhoneiro catarinense Vilson Cardoso Junior, que costuma fazer entregas em Aracaju, os postes em locais irregulares oferecem risco a todos, principalmente quando são áreas em que caminhões precisam trafegar. Por se tratarem de veículos pesados, as manobras são mais difíceis.
“Esses postes atrapalham muito, não só eu como os outros motoristas. Se a gente está manobrando um caminhão, nós atrapalhamos o trânsito por causa do tamanho dele. Ele não é feito para rodar no Centro. Então se os postes estivessem nos locais certos, eles não atrapalhariam tanto”, comenta.