O prefeito Edvaldo Nogueira participou, na tarde deste sábado, 19, da sexta edição do Festival Internacional de Grafite, “Agora É Avera”. O evento, que acontece no bairro Santa Maria até domingo, 20, tem o objetivo de reconhecer o grafite dentro do movimento cultural, contribuindo para o fortalecimento de alternativas que valorizam a juventude, movimentam a economia e dão voz para as pessoas excluídas da sociedade. Ao participar do festival, Edvaldo destacou que o evento “mostra a cultura que emana da juventude”.

“Esse é um evento maravilhoso, patrocinado pelo Coletivo Espaço Criativo, junto com a Central Única das Favelas. São mais de 50 artistas de todos os lugares do Brasil que vieram fazer essa obra maravilhosa, que é o grafite, que colore as ruas, traz autoestima, e que é a arte popular, principalmente da juventude, mostrando o talento da nossa gente. Saio daqui com o coração radiante de alegria, porque aqui está presente a força, o talento e a esperança dessa juventude maravilhosa do Santa Maria”, afirmou.

Iniciado na sexta-feira, 18, o festival internacional reúne, em Aracaju, artistas nacionais e internacionais para a produção e exposição de painéis de grafite. Além disso, o evento conta com feirinhas de economia criativa, oficina para iniciação ao grafite, palestras e apresentações culturais, com atrações que representam a sergipanidade e a cultura hip-hop.

De acordo com Jully Souza, criadora do Coletivo Espaço Criativo e diretora-geral do evento, mais de 50 grafiteiros foram selecionados para participar da sexta edição do evento. “Temos aqui artistas de vários estados, como Rio de Janeiro, Ceará, Curitiba, além de outros países, como Colômbia. O festival foi se tornando internacional porque as pessoas viram o nosso amor pelo evento, que inseriu a cultura na comunidade. Ele foi se ampliando e hoje é um dos maiores do Nordeste”, explicou.

Jully reiterou também que, desde a sua concepção, em 2013, o Festival Internacional de Grafite já aportou em outros pontos da capital, como o bairro Industrial e a Orla da Atalaia, mas que, “por um motivo especial”, passou a acontecer no bairro Santa Maria. “Nós entendemos que o bairro, em si, precisava mais dessa atenção, precisava que a gente inserisse a cultura de uma forma menos burocrática e mais orgânica, onde as pessoas pudessem se identificar”, considerou a organizadora, acrescentando como seu deu a escolha do local para a sexta edição.

“O muro da Escola Municipal de Ensino Fundamental Papa João Paulo II é um ponto importante de contato com as crianças. A gente entende que a mudança começa desde a infância. Quando a gente empodera essa criança e ela vê que aquilo é possível, é de fácil acesso, ela começa a se identificar e quer fazer parte. Então, escolhemos esse ponto específico por causa disso e para abraçar a comunidade, que já está acostumada a ver as nossas ações”, declarou.

Arte na comunidade

Um dos participantes do festival é o grafiteiro Aislan Moura Saboia, que saiu de Fortaleza (CE) e enfrentou uma viagem de 23 horas, de ônibus, para registrar a sua arte na capital sergipana. “Essa é a primeira vez que eu venho a Aracaju. Já conheci quase todos os estados do Nordeste e agora vim para cá, abraçando essa oportunidade. Está sendo muito importante para mim deixar um trabalho nesta cidade, dentro desta comunidade, em um festival que está crescendo. Foi justamente essa conexão com os artistas, com a cidade e com as pessoas que me motivou a vir. Vou embora, mas a minha arte vai ficar aqui”, disse.

Quem também veio de longe foi o grafiteiro Rodrigo Teodósio. Ele fez uma viagem de 28 dias, partindo de Florianópolis (SC), junto com um casal de grafiteiros e está participando do festival pela primeira vez. “O grafite é uma ferramenta de inclusão. Somos privilegiados por ter essa ferramenta que nos leva a lugares que jamais imaginaríamos ir, como essa linda capital, que é Aracaju. O grafite nos proporciona esse intercâmbio com outros estados, essa troca de experiências. Nossa tela representa bem isso. Estamos deixando um presente, com a história desta cidade bonita, jovem, que tem seu valor e o seu encanto”, afirmou.

Festival

O Festival Internacional de Grafite, “Agora É Avera”, surgiu com o propósito de valorizar os grafiteiros. A primeira edição ocorreu embaixo da ponte Construtor João Alves, no bairro Industrial, com a participação de 30 artistas locais e dos estados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba e São Paulo. Também contou com a presença de um artista do Chile. A segunda edição do evento foi realizada no bairro Santa Maria, quando a família Laboratório da Arte foi fundada. Mais de 50 artistas participaram do evento.

A terceira edição foi em 2015, na Orla da Atalaia, quando participaram artistas locais e dos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Paraíba e Pernambuco. Já na quarta edição, em 2016, o evento retornou para o bairro Santa Maria, permanecendo na comunidade.

 

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