O renascimento dos mercados de bairro

As semanas tem se sucedido com nossa redação recebendo uma enxurrada de denúncias de abusos de grandes redes de supermercados.

Rótulos trocados, preços que são uns na prateleira e outro na passagem pelo caixa, suspeitas de produtos com validades remarcadas, queijos com mofo, calor, demora, mal humor.

Supermercados: filas que cansam

Sai de um com problema vai pra outro que também tem problema e outro e outro num ciclo de pior a pior. A depender da última enquete do TAC no stories do Instagram que consultou 2194 consumidores esse desdém vai ter revés.

Desses consultados, 84% disseram estar frequentando pequenos mercados de bairro. É um número bem expressivo no universo pesquisado. Mas, quais seriam os porquês dessa migração?

Para o empresário Ronny Peterson, os pequenos estabelecimentos têm como vantagens a proximidade dos clientes. ‘E o vínculo que gera com eles’.

A pouca variedade foi observada pela jovem Grazi Valéria. Que completou “porém o preço mais justo, em sua maioria. E, perto de casa sempre tem uma.” 

Para Leonardo Fraga, a população passou não ter mais dinheiro para fazer aquelas compras de mês inteiro de 600 reais e começou a optar por comprar por pequenas quantidades do que apenas estaria faltando em mercearias de bairros evitando assim um valor de impacto maior na renda e realizando pequenas compras de 80 a 100 reais.

Pequenas compras. Proximidade que gera velocidade. Mas para a sushigirl Mariah Souza ainda há algo mais pertinente: atendimento. “No mercadinho do bairro, geralmente, a pessoa que te atende é educada. Pelo menos um ‘bom dia’ ela te dá. Nessas grandes redes o pessoal trabalha tão desmotivado e mal humorado que nem olha pra sua cara.”

E tem que ache produtos mais baratos. E não são poucos. Para a funcionária pública Larissa Bonfim “algumas coisas aqui onde moro são mais baratas do que no supermercado. Algumas até muuuito mais baratas.”

Pequenas compras. Proximidade que gera velocidade. Atendimento. E agora preço.

Carlos da Silva Mota, dono da Mercearia do Carlos, no Siqueira Campos, aposta na amizade, no contato com o cliente. “As vendas aumentaram de um tempo pra cá, deu uma melhorada de uns 20%”

Para Claudio Carrara, do Empório Carrara, o cliente vai no mercadinho como se tivesse indo na despensa da casa dela. “A praticidade e a identificação com os clientes que a gente tem, conhecer todo mundo pelo nome,  a gente conhece hábitos de consumo, então eu já faço compra pro Empório sabendo quem é o cliente e o que vai comprar. Eu sei o que o cliente gosta, existe um corpo a corpo, a gente opina, dá dicas de como preparar alimentos.”

Enquanto os supermercados continuarem administrando as relações dentro de uma sala gelada muitas vezes a milhares de quilômetros de distância dos clientes, os mercados de bairro vão agradecendo.

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