A Universidade de Brasília (Unb) realizou nesta quinta-feira (22) uma cerimônia para celebrar os 20 anos da implantação da política de cotas raciais na instituição, completados no último dia 6 deste mês. A universidade foi a primeira instituição federal de ensino superior do país a adotar a iniciativa.  

Desde 2004, primeiro ano de implantação da política, 38.042 estudantes entraram na universidade pelo sistema. No início, a política previa que 20% das vagas de graduação seriam destinadas a candidatos negros. Após a Lei de Cotas, de 2012, a instituição destina 50% para estudantes de escolas públicas, com base nos critérios de renda e raça e mantém  5% das vagas exclusivas para negros.

Em 2020, a universidade estendeu a política de cotas para a pós-graduação, destinando 20% das vagas de cada edital para candidatos negros e ao menos uma vaga adicional em todas as seleções de stricto sensu para indígenas e quilombolas, As regras entraram em vigor no primeiro semestre de 2021. Está em discussão pelo Cepe a reserva de vagas para docentes.

A reitora da UnB, Márcia Abrahão, contou as pressões e desafios enfrentados pela UnB, ao ser a pioneira na implantação das cotas raciais para ingresso na graduação. Um dos episódios mais marcantes foi a contestação da iniciativa no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na ocasião, a universidade teve de realizar um estudo sobre o nível de conhecimento dos estudantes cotistas para contestar ação judicial. Em abril de 2012, a Corte Suprema reconheceu que a política era constitucional. No mesmo ano, o governo federal instituiu a Lei de Cotas.

Em outro momento, a universidade teve de lidar com as inúmeras fraudes decorrentes da autodeclaração dos candidatos.

“A universidade foi ousada e vai experimentando. Foi um momento em que a universidade confiou que autodeclaração, de acordo com a lei [de Cotas], seria suficiente para que as pessoas entendessem que é uma política específica. Infelizmente, tivemos muitos casos de fraudes, estabelecemos comissões de investigação. Retornamos com as comissões de heteroidentificação”, afirmou.

 

Fonte: Agência Brasil

Foto: Valter Campanato

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

  • Prefeita Emília comemora aprovação de projeto que visa atrair investimentos para Aracaju com programa de parcerias

    Com o objetivo de consolidar Aracaju como um polo atrativo [...]

  • Estado de Sergipe e Tribunal de Justiça publicam edital que regulamenta acordos para pagamentos de precatórios

    Os credores que possuem valores a receber do Estado por [...]

  • Igor Salmeron lança livro: “Walter Franco – O Homem das Diretas” em Sergipe

    O Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe, Igor [...]

  • “Não é coisa de novela”: MPT-SE lança campanha contra o tráfico de pessoas

    Ações de conscientização serão realizadas em escolas públicas Uma proposta [...]

  • Coluna Foco no Interior, por Keizer Santos

    Ex-candidato a prefeito de Malhada dos Bois acusa servidora de [...]