A região litorânea do município de Barra dos Coqueiros é famosa por sua praia com a vista para Aracaju, mas nos últimos anos o local vem sofrendo com a força do mar. Segundo moradores, a situação piorou após a construção do Calçadão da Praia Formosa, localizado na Avenida Beira Mar em Aracaju.

O Calçadão da Praia Formosa é um espaço de lazer com 20 mil metros quadrados de área resultante de contenção. Entregue em 2016, o Calçadão teve o intuito de resolver o problema do avanço do mar na Avenida Beira Mar, que já havia começado a prejudicar a pista de uma das principais avenidas da capital sergipana.

Os moradores do povoado Atalainha reclamam que desde que a obra começou o mar avança cada vez mais. Hoje, o acesso das casas ocorre apenas em períodos de maré cheia, que duram cerca de seis horas, duas vezes ao dia. Uma das moradoras que reformou sua casa recentemente fez um espaço em sua garagem para permitir o acesso de outros moradores.

Maré de março

Jasiel possui uma propriedade no local há cerca de 20 anos

Proprietário de uma das casas à beira mar na região, Jasiel Moraes comenta que o trabalho de contenção é realizado pelos moradores e é periódico, já que a destruição das águas é constante.

“A medida que o tempo vai passando o mar está cavando mais. Agora em março vem a maré mais alta do ano, ela vai colocar a água lá dentro e derrubar tudo. Todos os muros precisam ser refeitos quando a maré de março acaba”, declara.

Jasiel comenta que a solução para conter o mar na região é nivelar a região e criar um muro de pedra, como foi realizado na região onde o governador Jackson Barreto possui uma casa de veraneio.

“Depois que fizeram aquela contenção piorou muito a nossa situação. Aqui só tem uma solução, que é fazer aqui o que Jackson Barreto fez do outro lado, onde fica a casa dele. Do lado de lá tem a contenção com pedra e o calçadão, a gente perde a parte de praia que não existe mais, mas é a única forma que você tem de preservar as casas”, destaca.

Na rua onde o governador do Estado possui casa, há uma contenção de barreiras de pedra que impede a invasão da água

Energia

Juciamara Moraes é proprietária de uma casa na região há cerca de doze anos e comenta que a água chega a entrar no corredor em períodos de maré cheia.  Ela ainda destaca que a força do mar tem destruído toda a região em frente à sua casa. “Caiu o poste e a Energisa disse que não vai mais colocar de novo. Nós tivemos um problema sério de energia, o que para mim é algo essencial para viver. A água vai cavando até derrubar o poste”, conta.

A equipe do CINFORM entrou em contato com a assessoria da Energisa que informou que o poste seria reinstalado no sábado, 17.

Coleta de Lixo

Além das pedras, estacas de madeira de construções antigas ficam invisíveis na maré baixa

Jasiel comenta que a comunidade ainda tem prejuízo com a coleta de lixo. “O trator que entrava puxando o lixo não tem mais condições de entrar, nenhum carro pode passar, porque se não arrebenta com os canos de água”, fez referência aos canos que levam a água para dentro das casas.

O morador ainda comenta que o pouco de praia que eles têm, só pode ser usado quando a maré enche, porque eles mapeiam onde estão as pedras, impossibilitando alguém que não conheça a região de tomar banho sem se machucar.

 

Barra dos Coqueiros

O assessor de comunicação da Barra dos Coqueiros, Elton Richarty, informou que a prefeitura do município já entrou em contato com os órgãos responsáveis para que medidas na infraestrutura do Píer da Atalainha sejam adotadas com urgência.

“Lembrando que por consequência do estreitamento do leito do Rio Sergipe lá na 13 de julho, a Atalainha vem sofrendo com o processo de erosão e decomposição de toda área próxima ao Pier. A Prefeitura de Barra dos Coqueiros já entregou ao Governo do Estado relatório fotográfico, através da Seinfra que já tem conhecimento e medidas serão tomadas para reestruturação do Pier”, comentou.

Emurb

A equipe do CINFORM entrou em contato com a Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), solicitando a informação sobre os impactos na Atalaia Nova estariam já previstos na construção da Praia Formosa. A assessoria de comunicação do órgão informou que o assunto é complexo e garante o posicionamento mais completo na semana seguinte.

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