Um dos nomes nas urnas para concorrer ao governo do Estado de Sergipe é o de Milton Andrade. Integrante do Movimento Livres, Milton recusou o PSL recentemente e está em busca de uma nova sigla para sua primeira candidatura. Em uma conversa com a reportagem do CINFORM, Milton Andrade comentou sobre o cenário político atual e suas expectativas para as Eleições 2018.
Milton é empresário, advogado em exercício, vice-presidente do Câmara dos Dirigentes dos Lojistas de Aracaju (CDL) e conselheiro do Centro de Apoio ao Pequeno Empreendedor, ONG de microcrédito para aqueles que não podem pegar dinheiro em banco.
Algumas pesquisas apontam que Milton Andrade tem apresentado um baixo nível de rejeição, o que para o futuro candidato é reflexo da realidade atual. “O baixo índice de reprovação tem dois vieses: primeiro porque nunca fomos experimentados em um mandato, o povo não nos reprova porque não tem motivo para isso. Em segundo, entendo que é pelo momento de renovação política que está sendo um grande anseio na sociedade no momento atual”, comenta.
Avaliando Sergipe
Para o pré-candidato, o momento em Sergipe é de entre safra, com líderes estão se aposentando e deixando uma lacuna de referência política para a população. “Os grandes líderes que ficaram durante 30 a 40 anos no poder estão em sua última eleição, ou já saíram da política, exemplo de João Alves e Albano Franco. Já Valadares e Jackson estão indo para sua última eleição, candidatos ou não, essa deve ser a última eleição que irão participar”.
O pré-candidato ainda afirma que haverá um momento novo na política sergipana. “No momento eu não consigo ver quem são os sucessores naturais de cada líder. Os novos lideres vão começar a surgir a partir de agora”, destaca.
Livres fora do PSL
Em janeiro deste ano, o Movimento Livres rejeitou a filiação do presidenciável Jair Bolsonaro ao Partido Social Liberalista (PSL). Para Milton, a ruptura foi uma maneira de mostrar que o Livres possui coerência política.
“Foi um movimento correto. De forma pragmática, Bolsonaro é um presidenciável que pontua quase 20%, isso agrega voto. Então, de forma oportunista nós poderíamos ficar e dizer ‘opa, somos todos Bolsonaro’. Mas desde o início nós nos posicionamos no centro. Diferente do discurso de Bolsonaro, que é mais firme e radical. Então, por coerência, nós anunciamos de imediato nosso afastamento”.
Presidência
Milton Andrade ainda fez uma avaliação da situação das Eleições para presidente. Para ele, a saída de Lula (PT), fez com que Jair Bolsonaro perdesse o seu discurso. “Ele estava levantando muito a bandeira do antipetismo e do anti-lulismo. O Bolsonaro se apresentou como “remédio” para algo como um “problema”, então sem Lula, ele pede discurso”, afirmou.
Para o pré-candidato, essa abertura permite que outros candidatos a presidente da República ainda podem surpreender. “Cito três nomes que são uma aposta: Álvaro Dias (PODE), Luciano Huck, sem partido, e Henrique Meirelles (PSD)”.
Questionado sobre a candidatura de Luciano Huck, que ainda é incerta, Milton comenta que a mesma ainda está sendo avaliada. “Eu faço parte da equipe do Renova, do qual Luciano é padrinho. Em minha opinião, hoje ele seria candidato. Eu não sei se isso irá durar até julho”, declara.
Mudanças no cenário
Milton afirma que a Esquerda brasileira precisa de menos idolatria e de uma reinvenção.Para ele é hora de um novo nome. “Eu acho que está na hora da esquerda apresentar um novo nome, sem rejeição, sem um passado que possa denegrir ou levar a mal feitos. É claro que estou falando do apego ao ex-presidente Lula. Quando tudo começa a girar em uma pessoa, deixa de ser ideologia e passa a ser idolatria”
O pré-candidato, apesar de ser centro, destaca que o movimento de direita no país vem crescendo. “O movimento do liberalismo econômico da direita tem ganhado voz na sociedade brasileira”, afirmou.
Candidaturas avulsas
O Supremo Tribunal Federal pode julgar as candidaturas avulsas ainda em 2018, abrindo a possibilidade de uma pessoa não filiada a um partido se candidatar. O empresário, Milton Andrade, vê a possibilidade com bons olhos.
“É uma forma de quebrar o monopólio do partido político, porque hoje para você ser candidato no Brasil é muito difícil. Na maioria das vezes os partidos têm dono, formando um espaço que não impera a meritocracia ou a conquista de espaço. É o dono do partido que decide quem entra e qual cargo irá concorrer”, comentou Milton.
Porém o pré-candidato reconhece que há uma dificuldade de implementação. E afirma que tem três siglas possíveis para sua candidatura, que prefere não revelar ainda.
Propostas
Milton Andrade ainda expõe as suas propostas como Governador do Estado. Uma mudança na estrutura da Polícia seria um dos seus primeiros atos. “A primeira medida seria que o delegado geral de policia não seria de livre exoneração e sim, por mandato, de dois anos, que deverá ser cumprido. É assim que se faz em um país sério que não quer viver em um Estado ‘policialesco’, no qual o executivo manda na polícia”, comenta, se referindo a exoneração de Alessandro Vieira durante as investigações sobre a Torre.
O pré-candidato ainda se diz a favor do cheque educação e cheque saúde. “O cheque educação, assim como o cheque saúde se mostraram medidas eficientes no mundo a fora para poder melhorar a performance do estado na economia”
O empresário ainda destaca a necessidade de o Estado investir para melhoria do orçamento. Para isso, a privatização das estradas estaduais é um plano. Concedidas a empresas privadas, seriam duplicadas e passariam a cobrar pedágio. O pré-candidato ainda comenta que o custo do pedágio gasto durante o ano seria abatido no IPVA. “Sergipe, dessa forma, entraria no ciclo virtuoso de investimentos e sairia do ciclo vicioso, hoje o estado não tem dinheiro para pagar a folha quem dirá investir”, finaliza.