O Ministério Público Federal (MPF) deu 10 dias para o Telegram explicar o disparo em massa de desinformação para usuários da plataforma. Sem consultar nem pedir autorização, a empresa enviou ontem (9), para um grande número de usuários, um texto atacando o Projeto de Lei 2630/2020, o chamado PL das Fake News. O conteúdo distorce informações, chama a proposta parlamentar de “censura” e cria confusão ao dizer que o texto do PL “ataca a democracia”. Além disso, critica decisão judicial que retirou a plataforma do ar na última semana após ela acobertar e proteger perfis de neonazistas que atuam livremente na rede.

“A mensagem impulsionada pelos controladores do Telegram, numa primeira análise, parece configurar atos que violam direitos de seus usuários, à luz da legislação hoje vigente, e comporta, portanto, investigação nesta sede”, afirma o MPF. A representação dos promotores já está nas mãos de representantes do Telegram no Brasil.

O MPF diz ainda nos questionamentos que “é altamente duvidoso que elas (as plataformas digitais) possam usar dos meios que controlam, com exclusividade, para impulsionar, de forma não solicitada pelos destinatários, a percepção que lhes interessa sobre um tema de inegável importância social”.

O ministro da Justiça, Flávio Dino classificou o início da postagem do Telegram como “um amontoado absurdo” contra as instituições brasileiras. E questionou se a big tech pretende provocar novos ataques contra a democracia, como os que ocorreram em 8 de janeiro, em Brasília, na tentativa de golpe contra o Estado brasileiro.

“A democracia está sob ataque no Brasil. Assim começa um amontoado absurdo postado pela empresa Telegram contra as instituições brasileiras. O que pretendem? Provocar um outro 8 de janeiro? Providências legais estão sendo tomadas contra esse império de mentiras e agressões”, publicou o ministro da Justiça, em rede social.

Caso não atenda à determinação do MPF no tempo estipulado, o Telegram deverá responder judicialmente por crime de desobediência. A lista de explicações exigidas à plataforma inclui:

– Nomes e e-mails dos responsáveis pela elaboração da mensagem e pela autorização do disparo;

– Motivos para o envio massivo da mensagem;

– Declaração sobre se o Telegram aceita posições contrárias ou se impõem visão única;

– Resposta se o Telegram também concede um canal para a divulgação do contraditório à visão única que tenta impor.

 

Fonte: MPF

Foto: Chesnot/Getty Images

 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

  • Direitos Humanos firma parceria voltada à prevenção de violências contra crianças e adolescentes com deficiência

    O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por [...]

  • SMTT de Aracaju lança novas linhas circulares de ônibus para atender a região do centro

    A Prefeitura de Aracaju, por meio da Superintendência Municipal de [...]

  • A VALOR TRAZ COM EXCLUSIVIDADE PARA SERGIPE O CASAMAR ARTEFACTO

    Um santuário entre o céu e o mar, agora ao [...]

  • ELEIÇÕES 2026 – TRE/SE informa sobre prazo para regularização do título de eleitor

    Exigência vale para aqueles que não votaram nas três últimas [...]

  • Camisa vermelha, CBF? Destruíram o futebol e querem acabar com a tradição!

    2026 tem tudo para ser um ano importante para o [...]