* Por Keizer Santos
_____________________
Lagarto, município situado na Região Centro Sul de Sergipe, possui uma população estimada em pouco mais de 100 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, prestes a completar 143 anos de Emancipação Política, no dia 20 de abril, a população continua sem o atendimento da tão aguardada Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou de um serviço de atendimento médico 24h. Em razão desta ausência de prestação de serviço, o Hospital Universitário de Lagarto (HUL) enfrenta uma constante superlotação evidenciada nos últimos dias.
Na semana passada, o HUL emitiu uma nota de esclarecimento sobre a superlotação na ala pediátrica, devido à alta demanda de crianças com síndromes respiratórias. O Hospital afirmou que a capacidade foi extrapolada em 130% de ocupação. Neste período, alguns pacientes foram atendidos nos corredores da unidade. Cabe ressaltar, que a unidade tem a finalidade de ensinar e formar os alunos do Campus Universitário Professor Antônio Garcia Filho da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Campus Lagarto.
Em agosto do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) estipulou um prazo de 10 dias ao Município de Lagarto para justificar que a instalação de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou de um serviço de atendimento médico 24h no município, não era necessária. Naquele período, a ausência da UPA já estava provocando superlotação no HUL, devido à ineficiência do Município nos atendimentos de baixa complexidade. Segundo a Portaria Nº 10 de 3 de janeiro de 2017, do Ministério da Saúde, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) é um estabelecimento de saúde de complexidade intermediária, articulado com a Atenção Básica, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192, a Atenção Domiciliar e a Atenção Hospitalar, a fim de possibilitar o melhor funcionamento da Rede de Atenção às Urgências (RAU), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Na quarta-feira (12), o deputado estadual Sérgio Reis (PSD) levou o problema da saúde de Lagarto ao plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese). De acordo com o parlamentar, a gestão municipal da saúde pública lagartense apresenta deficiência na assistência básica. “Na última semana uma criança chegou a falecer por falta de atendimento médico. Uma cidade com mais de 110 mil habitantes não tem uma UPA 24h. Infelizmente, Lagarto já chegou a ser uma cidade referência na saúde pública. Hoje o descaso toma conta da saúde do nosso município”, desabafou Sérgio Reis.
Na oportunidade, Sérgio Reis pediu prioridade na votação do projeto de lei, de sua autoria, que prevê a obrigatoriedade da implantação de Unidade de Pronto Atendimento 24h em municípios sergipanos, que possuam acima de 80 mil habitantes.
A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Lagarto, mas não obteve resposta. Mas, o espaço continua aberto para ouvir a versão do Poder Executivo Municipal.